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Papa quer uma sociedade pós-pandemia mais fraterna com os homens e a Terra


Quarta, 27 de Maio de 2020

O papa Francisco, que esteve afastado das tradicionais multidões na Praça de São Pedro devido ao coronavírus, desejou e pediu, através do sua "influência moral", uma "nova sociedade pós-pandemia, mais fraterna com os homens e com a Terra". "É hora de dar um passo decisivo", declarou Francisco a um biógrafo, citado hoje pela agência AFP.
Segundo o papa, na sociedade pós-pandemia devemos "passar da destruição da natureza para a sua contemplação" e "diminuir o ritmo de produção e consumo".
Num universo pós-pandemia, o papa Francisco antevê "o início de uma economia menos materialista e mais humana", lançando um aviso: "Não vamos perder a memória depois de tudo acabar".
O papa criou, em meados de Março, um grupo interdisciplinar de pensadores para trabalhar durante um ano sobre o modelo de um mundo pós-covid 19 "mais virtuoso, em todas as áreas".
Esta visão já tinha sido exposta na encíclica "Laudato si", publicada em Maio de 2015, que denuncia a exploração do homem e da natureza. Na encíclica "Laudato Si" o papa defende que "não existe uma questão ambiental separada da questão social. A mudança climática, a migração, a guerra, a pobreza e o subdesenvolvimento são manifestações de uma crise única que, antes de ser ecológica, é, em essência, uma crise ética, cultural e espiritual ", resumiu a directora para os media do Vaticano, Andrea Tornielli. "A encíclica pode fornecer a bússola moral e espiritual para uma jornada para um mundo mais humano, mais fraterno, mais pacífico e mais sustentável", refere, por seu lado, o Dicastério (departamentos do governo da Igreja Católica que compõem a Cúria Romana).
Entretanto, completam-se três meses desde que o papa Francisco, de seu nome próprio Jorge Bergoglio, celebrou pela última vez uma missa ao ar livre, tendo confessado que se sentia prisioneiro "numa gaiola".
Na mensagem da Páscoa, em Abril, o papa propôs "reduzir" ou "cancelar" a dívida dos países pobres, pedindo solidariedade e implorando que tais países pobres sejam deixados em paz.
Nos últimos três meses, o papa expressou reiteradamente apoio às "pessoas comuns" expostas na primeira linha da pandemia, como enfermeiras, trabalhadores de supermercados, trabalhadores de manutenção, pessoal dos transportes ou agentes da autoridade, apelidando-os de "santos do lado".
Por sua vez, o padre Augusto Zampini, argentino que coordena a ação do Vaticano durante a pandemia, diz estar muito preocupado com a "crise alimentar" mundial, acentuada pela pandemia, que complica as colheitas ou impede que certas crianças frequentem a escola, onde em regra são alimentadas.
Augusto Zampini adiantou que a pandemia poderá encorajar os homens a "atirar menos comida no lixo" ou a comer mais produtos locais e sazonais".


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