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Ginásios “receptivos” a abrir “em segurança” a 1 de Junho


Quarta, 27 de Maio de 2020

João Paulo Henriques

As incertezas ainda superam as certezas, mas a vontade da Associação de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP) é certa e aponta à reabertura dos ginásios no dia 1 de Junho. Esta possibilidade está em cima da mesa, depois de os dirigentes da associação terem reunido com a Direcção-Geral da Saú­de (DGS), que se comprometeu a elaborar, até ao final da semana, um documento com as medidas necessárias para uma reabertura em segurança.
Apesar da coincidência de pontos de vista, a DGS não se comprometeu com uma data para que os ginásios voltem a abrir portas, com a última decisão ao caber ao Governo e a ter de ser aprovada em Conselho de Ministros. José Carlos Reis, presidente da AGAP, sublinhou a urgência de retomar a actividade a 1 de Junho, caso contrário, assegurou, «muitos já não voltarão a funcionar».
As dificuldades são assumidas pelos empresários e pelos profissionais do sector, que garantem tratar-se de «tempos difíceis para toda a gente», elogiando, no entanto, «a capacidade e a criatividade» evidenciadas durante o tempo em que os portugueses estiveram confinados. «Conseguimos, em dois ou três dias, alterar a prescrição de exercício físico do presencial para o online», divulgou a AGAP.
Carlos Morgado é gerente de quatro ginásios. Além do CrossFit Solum Arena, também é responsável pela gestão do Phive Celas, Phive Quinta das Lágrimas e Phive Leiria. «Fomos obrigados a encerrar portas, o que causou enormes transtornos», expressou, sublinhando a dificuldade de «gerir equipas». «Temos 120 trabalhadores e uma responsabilidade social. A nossa preocupação é com toda esta gente», frisou.
«Estamos receptivos a abrir no dia 1 de Junho e queremos voltar o mais rápido possível, mas temos de ter tudo controlado e pensar sempre na segurança das pessoas», expressou Carlos Morgado, defendendo que «há coisas que não fazem sentido». «Fomos os últimos a fechar e vamos ser os últimos a abrir. Se, na altura, houve condições para funcionar até mais tarde, não se percebem, agora, as razões de não abrir mais cedo. Não há coerência nestas decisões», transmitiu.
Encerrado desde o dia 12 de Março, André Santo, gerente do ginásio Fit & Fun, que funciona no Parque de Campismo de Coimbra, considerou que «a possível abertura a 1 de Junho agrada a toda a gente». «Há sócios muito cansados com esta situação», revelou, confirman­do, de seguida, que «as pessoas estão cada vez mais abertas ao regresso».
Ainda assim, prosseguiu André Santo, «haverá algumas pessoas, que não vão querer regressar já», uma vez que, realçou, «têm receio». «Quanto mais cedo voltarmos, melhor, mas adaptando-nos aos necessários condicionalismos que vão existir. Queremos regressar ao trabalho e estar com as pessoas, abrindo com toda a segurança», assegurou, antes de transmitir que os funcionários do ginásio Fit & Fun «estiveram todos em lay-off e estão, agora, em lay-off parcial». «Não são situações fáceis», concretizou.
Sobre as restrições que os ginásios vão necessariamente de ter que respeitar quando retomarem a actividade, Carlos Morgado assume «as limitações como um bem necessário». «Vai ter de existir um controlo maior nas entradas, as aulas vão ter de ser marcadas e não vão poder ser utilizados os balneários, nem a piscina», apontou o empresário, assumindo a provável limitação a «uma hora de treino».
«Tudo tem de ser feito a pensar na segurança das pessoas. Se qualquer coisa correr mal, a DGS manda logo encerrar», perspectivou Carlos Morgado, antes de defender que «os ginásios não podem estar só à espera do bom senso dos utilizadores». «Vão ter de usar sempre máscara no interior e só a vão poder tirar quando estiverem a fazer exercício intenso», antecipou.


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