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Adriano Callé Lucas

Lojas, cafés e restaurantes ainda funcionam “a meio gás”


Liliana Figueiredo Terça, 26 de Maio de 2020

Viseu 

“Medo” reduz afluência de pessoas aos estabelecimentos comerciais e procura ainda está longe de ser o que era 


Passada uma semana da reabertura de grande parte das lojas, cafés e restaurantes, com serviço presencial ao público, o balanço dos comerciantes, em Viseu, não é o mais positivo no que toca à afluência de pessoas aos espaços.
O “medo” que o covid-19 trouxe à vida das pessoas ainda está bem presente e reflecte-se nas vendas dos estabelecimentos comerciais. A procura reduziu e se compararmos com o mesmo período do ano passado, “as quebras são significativas”.
Os restaurantes, que foram fortemente afectados por esta pandemia, continuam a lutar para ganhar a confiança dos consumidores. Com restrição ao número de clientes que podem atender no espaço e com normas de segurança apertadas, são agora as esplanadas uma alternativa para apelar ao consumo. Contudo, mesmo assim a realidade está longe de ser o que era.
Ângela Costa, gerente do Copa Cabana, confidenciou ao nosso jornal que antes servia 20 a 30 refeições por dia e que agora serve uma média de sete. “Há muito menos pessoas, os clientes fidelizados regressam, mas muitos ainda têm medo”, destaca.
Quanto aos prejuízos diz serem elevados e esta nova realidade levou o espaço a se adaptar. Agora o Copa Cabana tem embalagens biodegradáveis para take-away, com talheres, para que os clientes possam fazer a refeição fora do restaurante “e comer em qualquer lado”.
Também a pastelaria/ cafetaria Sementes com Sabor nota uma redução no número de clientes e, devido ao tamanho pequeno do espaço, é a esplanada que tem ajudado o negócio. “A esplanada é o nosso refúgio”, afirmam os gerentes que dizem notar “uma quebra muito grande”, embora no sábado a afluência tenha sido maior”.
Alfredo Lopes e Elsa Coimbra explicam que o negócio vive muito da procura dos lojistas e o facto de alguns serviços ainda estarem fechados ou só a funcionar parcialmente tem-se reflectido. Também aqui os gerentes notam ainda algum medo por parte das pessoas e esperam que nos próximos meses regressem os turistas que são importantes para o sucesso deste espaço.
“Nós costumamos ter, nos outros anos, muitos turistas, especialmente nacionais que ajudam muito ao negócio. Este ano vamos ver como vai ser”, afirmam.
Também no que diz respeito à compra de roupa e calçado, o regresso está a ser feito gradualmente. Na loja Stress, os clientes estão a regressar.
“Felizmente tem havido alguma procura. A abertura dos cafés e o bom tempo tem ajudado ao negócio”, explica o gerente Edgar Duarte. Embora o movimento fique aquém dos anos anteriores, o recomeço está a ser positivo.
Contudo existem mais precauções por parte dos clientes. Embora possam experimentar a roupa na loja, a maioria opta por comprar o seu tamanho e leva sem experimentar.
As floristas também sofreram uma grande quebra no negócio, com a ausência da realização de festas religiosas e, embora os cemitérios já estejam a reabrir, “a procura tem sido pouca”, como referiu uma florista ao nosso jornal. Segundo esta proprietária, além do medo, a situação económica começa a notar-se nas compras.
Os comerciantes continuam a trabalhar para recuperar as quebras que tiveram nestes últimos meses e têm esperança que neste Verão os turistas e emigrantes ajudem a reerguer o negócio.



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