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“Balanço desta primeira semana de aulas é positivo estável, não excelente”


Liliana Figueiredo Segunda, 25 de Maio de 2020

Os alunos do 11.º e 12.º anos de escolaridade retomaram há uma semana as actividades lectivas presenciais, de acordo com as normas de higiene e segurança implementadas nos estabelecimentos de ensino, de forma a prevenir um eventual contágio por covid-19.
De acordo com o balanço da Federação Regional das Associações de Pais de Viseu (FRAP), que ouviu as várias associações da região, “o balanço desta primeira semana de aulas é positivo estável, não excelente”. “É razoável, embora tenham existido alguns momentos de confusão inicial. Houve uma necessidade de adaptação entre alunos, funcionários e professores. O primeiro dia ficou um bocado confuso, mas os restantes dias foram estabilizando e até ao momento está a decorrer tudo dentro da normalidade sem qualquer problema”, explica Rui Silva, presidente da FRAP, ao Diário de Viseu.
O responsável explica que inicialmente existiram apenas problemas com os horários que entretanto foram corrigidos.
“Houve apenas algumas misturas de horários assíncronos, ou seja entre o tempo de saída da escola para voltar a casa e a existência de aulas assíncronas ou da plataforma digital, ou seja havia ali em encontro de horas, mas que tem vindo a ser corrigido”, alerta.
Para já este regresso decorre com toda a normalidade possível e não há registo de falhas de maior a apontar.
“Entendemos que até ao momento as condições de segurança que foram colocadas estão a correr dentro da normalidade. As regras aplicadas no momento estão a ser fiáveis e terão níveis de confiança elevados até ao momento em que alguém quebrar uma regra. Se existir uma transmissão do vírus, tudo isto terá de ser repensado, analisado e modificado”, garante Rui Silva.
O comportamento dos jovens que regressaram à escola está também a ser positivo, com o cumprimento das normas de segurança. “Os jovens estão com medo e portanto agem com cautela e estão a cumprir as regras de segurança que estão a ser aplicadas”, afirma.
Contudo, este regresso às aulas presenciais não reuniu o consenso dos pais e encarregados de educação.
“A plataforma digital ganhou aqui um espaço que não tinha anteriormente. As aulas via digital ganharam um terreno e uma dimensão que anteriormente não tinham sido postas em prática. Há alunos que preferem a aula física, como há alunos que preferiam ficar em casa e há pais que concordam”, afirma.
Rui Silva explica que alguns pais sentem-se muito mais seguros com os filhos a ter aulas pela via digital, “porque dizem que o sistema está a funcionar, que as coisas estão a correr bem e que era desnecessário este regresso à escola”. Por outro lado, há pais que pensam que seria mais viável o regresso “porque os miúdos necessitam de conviver, socializar e estar com os colegas”.
“Temos uma divisão de opiniões, 50/50”, afirma.

Próximo ano lectivo divide os pais
Também o próximo ano lectivo preocupa os pais e encarregados de educação.
“Como prevêem que no próximo Outono/ Inverno haja uma nova onda, não sabemos até que ponto o regresso à escola física poderá ser pandémico ou não. Se há uma previsão dos investigadores que pode haver uma nova onda do surto, o voltar à escola pode colocar em causa a saúde das crianças e dos jovens. Nas reuniões que fizemos os pais demonstram muita, mas mesmo muita reocupação sobre como vamos fazer em Setembro”, realça.
Rui Silva explica ainda que já existem pais que, ao adoptarem o sistema de teletrabalho, preferem que os filhos continuem a ter aulas em casa, até pela questão de facilitar estas novas rotinas familiares.


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