O Grupo Poético de Aveiro, que existe há 27 anos, vive dias “estranhos”. Se por um lado a poesia saiu “à rua” e passou a viver nas redes sociais por conta da pandemia, por outro viu muitos dos seus projectos serem desmarcados. “Em Março cancelámos as actividades de divulgação que estavam programadas em várias escolas da região; em Abril teria começado o nosso projecto de formação em Poetry Slam nas escolas para alunos do Secundário, e ainda não demos início à 6.ª edição do Poetry Slam Aveiro e dos ‘workshops’ programados”, avançou Rita Capucho ao Diário de Aveiro.
Mas as preocupações destes amantes de poesia não se ficam pelas actividades adiadas, uma vez que se sentem “desalojados”. Por conta das obras de reabilitação do Edifício Fernando Távora, o Grupo Poético de Aveiro teve que abandonar o espaço que ali ocupava, encontrando-se neste momento sem tecto. A propósito, a responsável pelo Grupo admite: “Esta é uma das maiores lutas que o Grupo vive. Não temos sede e o município não tem uma solução para nós”, reconhecendo que “não temos fundos para podermos alugar um espaço”. E, por isso, resta-lhes reunirem em cafés e esperar que o espólio de 27 anos de actividade, espalhado por garagens de amigos, não se deteriore, até encontrarem um espaço alternativo.