Do teatro às artes plásticas ou ao público, cerca de 45 pessoas participaram, ontem, nas Caldas da Rainha, numa vigília silenciosa visando alertar para a precariedade dos profissionais da cultura privados de rendimentos devido à pandemia de Covid-19.
“O estado de calamidade veio por a nu todas as chagas do sector já de si precário”, afirmou Tânia Leonardo, promotora da vigília iniciada às 09h00 nas Caldas da Rainha, para “dar visibilidade à situação que afecta mais de metade dos profissionais da cultura, sem apoios, sem rendimentos e a viver da solidariedade”.
A mensagem é passada “em silêncio”, por agentes culturais que em grupos de três fazem turnos de meia hora, empunhando um cartaz com uma questão: “E se tivéssemos ficado sem cultura?”.
“Que seria das pessoas se tivessem de cumprir o confinamento sem livros, sem música, sem os conteúdos que tantos agentes culturais disponibilizaram ‘online’?”, questiona Tânia Leonardo, lembrando que a pandemia deixou “completamente desprotegidos estes profissionais que precisam de respostas urgentes, mas também de verdadeiras políticas culturais de médio e longo prazo”.