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“O grande problema não está no dispositivo mas no número de ignições”


José Fonseca Sexta, 15 de Maio de 2020


O comandante operacional distrital (CODIS) de Viseu da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), Miguel Ângelo David, apresentou ontem o plano de operações no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIR) para este ano.
O responsável explicou aos jornalistas que, em relação ao ano passado haverá na fase mais crítica, entre Julho e Setembro, um total de 839 operacionais no terreno, o que representa um aumento de 63 operacionais em relação ao ano passado. Além disso, existirão seis meios aéreos no terreno, nomeadamente, quatro em Viseu, um em Santa Comba Dão e outro em Armamar.
Dos meios no terreno fazem ainda parte operacionais da Força Especial de Protecção Civil e da Unidade de Emergência de Protecção e Socorro da Guarda Nacional Republicana, operacionais da AFOCELCA, o Exército e a Força Aérea.
No entanto, Miguel Ângelo David destacou que “o grande problema não está no dispositivo mas no número de ignições”. Nesse sentido, lembrou que haverá uma forte aposta na vigilância e na presença dissuasora no terreno, em colaboração com a Guarda Nacional Republicana e com o Exército. Além disso, será importante um ataque inicial ‘musculado’ aos incêndios para evitar grandes fogos difíceis de controlar, tal como tem acontecido já nos últimos anos.
Questionado pelos jornalistas, o CODIS de Viseu mostrou-se preocupado com o tempo que se tem vindo a registar, tendo em conta que a chuva das últimas semanas tem contribuído para o surgimento daquilo que chama de “combustível fino”. Mas também se mostrou optimista quanto ao trabalho das autoridades na sensibilização e fiscalização da população em relação à gestão dos combustíveis, isto é, a limpeza dos terrenos.
O responsável destacou ainda o acesso de todos os comandantes das corporações de bombeiros do distrito a uma plataforma informática que disponibiliza, em tempo real, informação sobre a localização dos incêndios, a tipologia do terreno e a área envolvente, entre outros aspectos, o que permitirá um uso mais eficiente dos meios no combate às chamas.
Dos 24 concelhos do distrito de Viseu 22 são considerados prioritários pela ANEPC, tendo sido identificados 1.053 lugares prioritários em 138 freguesias.
Miguel Ângelo David assegurou ainda que existem vários planos de contingência, muitos deles já implementados pelas corporações de bombeiros, para mitigar o impacto da covid-19 no combate aos incêndios rurais.
O responsável revelou ainda aos jornalistas que tem estado em contacto com os municípios para que estes identifiquem não só espaços onde poderão ser montados postos de comando, para evitar que os operacionais fiquem demasiado tempo juntos dentro das viaturas, mas também restaurantes disponíveis para fornecer refeições, tendo em conta que há espaços que estão encerrados ou com serviço reduzido devido à pandemia, e locais onde as refeições poderão ser servidas aos operacionais.


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