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Secretário de Estado rejeita acusações de favorecimento


Segunda, 11 de Maio de 2020

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto classificou como "disparates" as recentes acusações de que terá favorecido apoiantes do PS e familiares seus na contratação de empresas no âmbito da pandemia da covid-19.
João Paulo Rebelo, que é também coordenador regional do Centro no combate à covid-19, foi questionado sobre o assunto à saída de uma sessão formativa da Força Aérea Portuguesa sobre os procedimentos de higienização a adoptar na Escola Secundária Júlio Dinis, em Ovar, para reabertura das aulas presenciais a alunos do 10.º e 11.º anos de escolaridade.
O governante viseense é acusado de ter favorecido um ex-sócio na contratação de empresas aptas a realizar testes de diagnóstico à covid-19, de ter recrutado para motorista oficial um apoiante político que já conduziu sob o efeito de álcool e de também estar envolvido na nomeação da sua cunhada Helena Rebelo para a administração do Centro de Saúde de Lafões, assim como na exoneração do vice-presidente do Instituto Politécnico de Viseu.
João Paulo Rebelo reagiu aos pedidos de esclarecimento sobre os assuntos relativos a saúde começando por apontar a uma das jornalistas que o questionou "algum nervosismo", justificado pela "quantidade de disparates" que acusou essa profissional de proferir. Entretanto, foi ele próprio que evidenciou desconforto ao proceder a sucessivos reajustes na sua máscara de protecção, acabando por declarar que, no caso da empresa de testes à covid-19, se limitou a referir a sua existência.
"Eu não adjudiquei nada, não faço contratos, apenas me limitei - como aconteceu também em Leiria, em Castelo Branco, na Guarda, em Coimbra - a fazer no terreno uma exposição do que é o nosso trabalho, identificando capacidades instaladas para que pudéssemos acudir ao que eram essas necessidades de combate à pandemia", disse o governante. "Tudo foi feito com total lisura e transparência, numa reunião com 14 presidentes de câmara. Tenho as mais diversas testemunhas destes actos - toda a gente que sempre me acompanhou nestas regiões", acrescentou.
É essa posição, aliás, que João Paulo Rebelo vem defendendo há vários dias, mesmo depois de a Iniciativa Liberal ter pedido a sua demissão por lhe apontar recorrentes falhas de ética. Por seu lado, o primeiro-ministro, António Costa, reafirmou a sua confiança no governante.
Quanto à acusação de que terá forçado a condução da cunhada como administradora do Centro de Saúde de Lafões, o secretário de Estado só após insistência respondeu aos jornalistas, dizendo apenas: "Isso é uma mentira". No que se refere ao Instituto Politécnico de Viseu, foi igualmente breve ao negar envolvimento na escolha do novo vice-presidente: "Isso é feito por eleição".

Juventude Popular
pede demissão
A Juventude Popular (JP) defendeu a “demissão imediata” do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, considerando que se continuar no Governo estará a dar “mais um exemplo de impunidade”.
Em comunicado, a “Juventude Popular vem a público exigir a demissão” de João Paulo Rebelo, “depois de serem tornadas públicas as condutas pouco transparentes do governante”.
“Depois da tentativa de favorecimento do ex-sócio com os testes da covid-19, a nomeação de um apoiante da sua candidatura à liderança da distrital do PS de Viseu para motorista não deixa outra saída ao secretário de Estado que não seja a demissão”, defende o presidente da JP, Francisco Mota, citado na nota.
Na óptica do dirigente, “será um mau exemplo às novas gerações de impunidade o seu não afastamento imediato”.
Francisco Mota considera que “o ‘amiguismo’ e os negócios familiares é uma conduta de ‘normalidade’” neste Governo e “esta é uma prova clara que Estado e partido socialista agem como se fossem o mesmo”. “É inaceitável, vergonhoso e indecente que usem o erário público para seu favorecimento”, acrescenta.
Também a Iniciativa Liberal já tinha pedido a demissão do secretário de Estado por uma "sucessão de comportamentos não éticos", exigindo uma investigação ao alegado favorecimento a um ex-sócio do governante.


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