Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
Fundador: 
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Grupo junta-se para “Ajudar quem não pode ficar em Casa!”


Quinta, 07 de Maio de 2020

Carlos Mesquita, Rafael Alves e Ricardo Saraiva, três amigos residentes no concelho de Tábua, são membros do movimento Maker Portugal, que verificou que os profissionais que zelam pela segurança e bem-
-estar «estavam desprovidos de viseiras». Incentivados pelo fundador do grupo (ver caixa) começaram a produção em casa, mas acabaram por solicitar «um apoio à gráfica Printacor, na pessoa do João Ricardo, para a cedência do espaço, dadas as boas condições e localização», conseguindo, dessa forma, «conjugar toda a produção e finalização das viseiras protectoras», esclarecem numa nota divulgada.
«Definimos estratégias de prioridades de produção/distribuição para que hospitais, IPSS, lares, bombeiros e forças de intervenção fossem a nossa prioridade máxima inicial e, posteriormente, os comerciantes que nos fornecem os serviços essenciais», acrescentam. Para tal, solicitaram apoio ao município de Tábua e através da ADI - Associação de Desenvolvimento Integrado de Tábua e Oliveira do Hospital chegaram aos comerciantes locais.
A azáfama de pedidos multiplicou-se e a necessidade de mais produção igualmente era exigida e a produção diária não conseguia acompanhar essa necessidade, por isso, voltaram a solicitar apoio ao município, que tinha duas impressoras, ao grupo Aquinos que fez chegar mais uma impressora, à empresa Noesis que para além de adquirir uma impressora também disponibilizou consumíveis e à gráfica Printacor que também adquiriu uma para apoiar. Assim, e com oito impressoras, passaram a conseguir produzir duas viseiras por hora, numa produção que apenas era feita das 17h00 às 2h00.
Na abertura do mercado municipal foram contactados para apoiar com 120 viseiras que foram integradas no kit a distribuir pelos vendedores do espaço. «O nosso objectivo é que as viseiras cheguem ao maior número de profissionais que garantem o nosso bem-
-estar». Produziram cerca de 2.000 viseiras, num tempo que não tiveram de descanso e que “roubaram” à família. Contudo, estão reconfortados pelo facto de saberem que estão a ser «muito bem aproveitadas» pelas pessoas por quem as distribuíram.
Ao Diário de Coimbra Carlos Mesquita explicou que este “trio” vai fazer viseiras até que haja necessidade para tal. «Com o apoio de uma parceria feita do Movimento Maker com o SOS COVID vamos receber 1.000 viseiras já prontas, que apenas têm de ser montadas, e que estão prontas para serem usadas. Contudo, se houver necessidade fazemos mais viseiras».
Tendo começado por sectores prioritários e «apenas para o concelho de Tábua», o grupo constituído por um engenheiro informático, um empresário e um designer, cedo percebeu que quem estava “na linha da frente” precisava de se proteger. E, como se percebe, rapidamente passaram à produção de viseiras. Do lado de quem ajudaram, e não só, receberam um grande apoio e até donativos para a produção de viseiras. «Nunca nenhum de nós pensou que este movimento causasse tanto impacto e tanta empatia por parte da comunidade, o que nos sensibilizou e deu força para não parar e continuar a “Ajudar quem não pode ficar em casa!”».


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