As equipas do Castro Daire, do Lusitano e do Ginásio Figueirense, que terminaram a Série B do Campeonato de Portugal em 5.º, 15.º e 18.º lugar, respectivamente, vão disputar na próxima época o acesso à “III Liga”. Trata-se de um novo terceiro escalão, a criar na época 2021/22, anunciado ontem pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Em comunicado, a FPF dá conta da reestruturação do terceiro escalão do futebol nacional – abaixo das duas competições profissionais, I Liga e II Liga –, que, em 2020/21, vai contar com 96 equipas, mais 24 do que em 2019/20. O “alargamento” resulta da despromoção de duas equipas da II Liga, nomeadamente Cova da Piedade e Casa Pia, dos 70 emblemas que se mantiveram, uma vez que não houve descidas aos distritais, dos 20 promovidos das competições regionais, entre os quais deverão estar o Mortágua, que liderava a Divisão de Honra da AF Viseu, e o Sp. Mêda, que liderava a 1.ª Divisão da AF Guarda, quando os campeonatos foram interrompidos, e de quatro novas equipas B.
96 clubes em oito séries
Os 96 clubes vão ser organizados em oito séries de 12 equipas, nas quais os campeões vão apurar-se para o acesso à II Liga, os quatro seguintes (do segundo ao quinto) para o acesso à III Liga e os últimos quatro (do nono ao 12.º) são despromovidos aos distritais.
As duas vagas para o segundo escalão vão ser disputadas em duas séries de quatro equipas, subindo o vencedor de cada uma delas. Já o acesso à III Liga prevê oito séries de quatro clubes, colocando os dois primeiros na nova competição.
O número de clubes a disputar as competições não profissionais, III Liga e Campeonato de Portugal, vai “reduzir-se até 76”, em 2023/24.
De acordo com a FPF, a III Liga vai ser disputada por 24 clubes em 2021/22 e 2022/23, sendo reduzida a 20 em 2023/24, enquanto o Campeonato de Portugal vai contar com 60 em 2021/22 e 56 em 2022/23 e 2023/24.
De acordo com a FPF, este “amplo plano de emergência e reestruturação do terceiro escalão do futebol sénior masculino português” resultou “da reflexão dos últimos seis meses com as associações e demais sócios FPF”.
A FPF aponta como objectivos “assegurar o maior número possível de projectos equilibrados, aumentar a competitividade, melhorar a qualidade de jogo, aproximar os adeptos do futebol local e “criar espaços de desenvolvimento para o jovem jogador português”.
“A FPF acordou com o Sindicato dos Jogadores que os profissionais destas competições terão como valor de remuneração base o salário mínimo nacional [actualmente 635 euros]. Além desta medida, a taxa de jogo sofrerá uma redução significativa e haverá ajustes no valor de inscrição de jogadores”, conclui a FPF.
Face à pandemia de covid-19, as competições nacionais e distritais de futebol, excepto a I Liga e a Taça de Portugal, foram concluídas precocemente.
As equipas da I Liga deverão retomar os jogos referentes às últimas 10 jornadas no final deste mês.