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Município começou a entregar ‘kits’ de protecção ao comércio tradicional


Quarta, 06 de Maio de 2020

O Município de Viseu começou ontem a entregar cinco centenas de kits com material de protecção nas lojas do comércio tradicional do concelho. O presidente da autarquia, Almeida Henriques, distribuiu, na companhia da vereadora Cristina Brasete e de elementos da Polícia Municipal, os primeiros kits aos comerciantes da Rua Formosa, junto ao Mercado 2 de Maio.
O autarca entrou em várias lojas e falou com os comerciantes, entregando a cada um um kit composto por uma viseira, duas máscaras, gel desinfectante e um autocolante a alertar para o uso obrigatório de máscara, para colocar nas portas ou nas montras.
Questionado pelos jornalistas que acompanharam a iniciativa, Almeida Henriques, explicou que o objectivo da medida é passar a mensagem que “é importante fazer compras no comércio tradicional para ajudar a economia local e que é possível fazê-lo em segurança”. O autarca sublinhou que “com as devidas prudências” é possível fazer compras no comércio tradicional em segurança e com a “simpatia e proximidade” a que o comércio tradicional habituou os seus clientes.
No entanto, quem preferir também poderá, a partir da próxima semana, fazer as suas compras no comércio tradicional através de um portal que está a ser criado. A ideia é ajudar os empresários que estiveram quase dois meses de portas fechadas, tendo em conta que a maioria encerrou no passado dia 19 de Março e só reabriu na passada segunda-feira.
“O que se pretende com este portal é que os comerciantes possam vender os seus produtos através da internet e com entrega no domicílio”, explicou o presidente da Câmara de Viseu. Para já, a autarquia vai distribuir, através dos agentes da Polícia Municipal, os 500 kits existentes, no entanto, serão distribuídos mais, se tal vier a ser necessário.
O presidente da Associação Comercial do Distrito de Viseu, Gualter Mirandez, disse à Lusa que “a maioria das lojas já reabriu”, respeitando as indicações da Direcção-Geral da Saúde, e que “só uma minoria se mantém fechada, com algum receio” da covid-19.
“A grande preocupação dos comerciantes é que haja uma segunda vaga”, frisou. Isto porque, segundo o dirigente, mesmo sem nenhuma medida de apoio directa, os comerciantes “estão a aguentar-se estoicamente e com muita resiliência”, mas provavelmente já não o conseguiriam fazer numa segunda vaga.
Gualter Mirandez contou que, desde a reabertura das lojas, na segunda-feira, tem havido pouco movimento, o que já era expectável, porque tem de ser reconstruída “uma base de confiança para, lentamente, as pessoas irem adquirindo hábitos antigos”.
Apesar de considerar que “ainda é cedo para fazer um balanço” das consequências do confinamento, Almeida Henriques prevê que os mais afectados sejam o comércio de proximidade e os sectores exportadores.
“Essas duas áreas são as que mais me preocupam, antevejo muitas dificuldades”, afirmou, salientando, como positivo, o facto de o concelho de Viseu estar pelo 12.º dia consecutivo sem novos casos de covid-19.


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