Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
Fundador: 
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Aos nossos leitores e anunciantes


Quarta, 29 de Abril de 2020

A pandemia que se alastrou e que assola todo o mundo está a provocar alterações profundas na sociedade e na economia e o Diário de Coimbra também se vê obrigado a adaptar-se aos constrangimentos e
dificuldades que afectam muito directamente a imprensa regional, em virtude da redução drástica e súbita das suas receitas publicitárias. Para a imprensa independente, que vive apenas das receitas provenientes da venda dos jornais, dos seus assinantes e anunciantes, e que não está dependente de outras áreas de negócio nem de quaisquer entidades externas, políticas ou económicas, como é o caso do Diário de Coimbra, e dos diários de Aveiro, de Leiria e de Viseu que lhe estão associados, o equilíbrio das suas contas, neste período conturbado, é um enorme desafio pela sobrevivência.
De referir, para os nossos leitores compreenderem mais facilmente estas nossas dificuldades repentinas, que apenas neste último mês as receitas provenientes das inserções publicitárias nos nossos jornais, que normalmente representavam cerca de 70% das receitas totais, caíram para menos de metade. Nesta época de confinamento temos tido mais leitores a solicitarem-nos assinaturas em papel e assinaturas digitais, designadamente dos nos liam habitualmente nos cafés e nas empresas que estão fechadas, e temos conseguido manter quase inalterada a distribuição aos assinantes. Contudo a redução abrupta da publicidade já provocou uma quebra das receitas globais dos jornais superior a 40%.
Ao longo de 90 anos de publicação já atravessámos outros períodos de grandes dificuldades que colocaram em risco a nossa continuidade enquanto imprensa livre e independente. Por exemplo em 1945, quando a ditadura salazarista penalizou duramente o Diário de Coimbra obrigando-o a não se publicar durante um ano, na expectativa que encerrasse de vez. E também no período revolucionário pós-25 de Abril, quando forças totalitárias comunistas, de sinal contrário, tentaram por diversas vezes apoderar-se do jornal. Conseguimos sempre resistir, superar as adversidades e prosperar com maior força e entusiasmo, em nome da Liberdade de Imprensa e da missão que assumimos desde o primeiro número, em prol da região, dos nossos leitores e anunciantes. Esperamos consegui-lo também desta vez. Para tal vimo-nos forçados a proceder a diversas alterações. Assim, o Diário de Coimbra, os diários associados e a gráfica FIG onde são impressos, estão desde o início deste mês em layoff parcial. Logo no início da pandemia, por uma questão de segurança de todas as equipas, foram reduzidos o número de pessoas presentes nas redacções e nos restantes departamentos dos jornais.
Para se garantir uma redução de despesas, foi reduzido o número de páginas das edições e passámos a imprimir numa máquina rotativa mais pequena, que requer menor número de impressores, e que nos proporciona menos páginas a cores. No Diário de Leiria, estamos a publicar três edições por semana em vez das habituais cinco edições.
Apesar destas medidas procuraremos manter sempre a qualidade e a proximidade a que temos habituado os leitores. Os tempos que se aproximam serão certamente muito difíceis mas esperamos que esta seja mais uma etapa num caminho feito a par com os nossos leitores e anunciantes que são a nossa razão de ser e a quem pedimos a maior compreensão para estas alterações, acreditando que em breve todos conseguiremos ultrapassar esta pandemia e a grave crise económica e social que lhe vem associada.
Bem hajam.!
Adriano Callé Lucas

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