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UC estuda impacto psicológico da pandemia Covid-19


Terça, 28 de Abril de 2020

A Universidade de Coimbra (UC) lidera um consórcio internacional para «estudar a compaixão, conexão social e resiliência perante o trauma durante a pandemia» da Covid-19, anunciou ontem a instituição.
Coordenado por Marcela Matos, do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC (FPCEUC), o estudo, «pioneiro pelo foco da análise e pela abrangência multicultural da equipa de investigadores e da população-alvo», envolve investigadores de 18 países de todo o mundo, afirmou a Universidade, em nota de impren­sa ontem divulgada.
A equipa reúne especialistas de Portugal, Espanha, Itália, França, Reino Unido, Dinamarca, Eslováquia, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão, Argentina, Chile, Colômbia, Perú, Uruguai, México e Brasil, provenientes de instituições académicas, empresas e organizações sem fins lucrativos.
Considerando que a crise associada à Covid-19 tem efeitos nefastos tanto na saúde física quanto na saúde mental das pessoas em todo o mundo, o objectivo do projecto é «examinar o impacto psicológico desta pandemia e compreender que factores podem ser protectores contra as suas consequências negativas ao nível da saúde mental», afirmou Marcela Matos. O projecto «pretende explorar, ao longo do tempo e em diferentes países/culturas, os efeitos da pandemia Covid-19 na nossa sensação de segurança e ligação aos outros, sintomas psicopatológicos (como a ansiedade, depressão e trauma), procurando determinar de que modo as pessoas lidam com esta situação e se a mesma pode ser fonte de crescimento pessoal pós-traumático», adiantou.
«Um dos aspectos mais inovadores consiste na investigação do possível efeito protector da compaixão e da autocompaixão», explicitou a coordenadora do consórcio.
A compaixão «tem sido definida como a sensibilidade ao sofrimento no próprio e nos outros, capaz de gerar esforços concretos para aliviar ou prevenir esse mesmo sofrimento».
O projecto investigará, «de modo transcultural, se a compaixão desempenha um papel protector relevante na atenuação dos efeitos nocivos da pandemia na saúde mental dos indivíduos», acentuou Marcela Matos. O estudo tem como população-alvo indivíduos da população geral (com idades compreendidas entre os 18 e os 80 anos), profissionais de saú­de e pessoas em cargos de chefia em empresas e instituições. A participação no estudo envolve «o preenchimento anónimo e confidencial» de um questionário online.


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