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Máscaras artesanais que são ajustáveis a cada pessoa


Segunda, 27 de Abril de 2020

Elsa Rajado, residente em Coimbra, tem na máquina de costura uma companheira há muito, muito tempo, para a produção de pequenos artigos como carteiras, utensílios de ioga, como almofadas, entre outros. Com a pandemia da Covid-19, essas pequenas coisas, que lhe dão tanto gosto fazer, ficaram para segundo plano e agora a máquina de costura, tecidos e linhas têm outro propósito: fazer máscaras artesanais para uso comunitário.
Há mais ou menos um mês atrás, quando teve início a pandemia, Elsa começou por ver uns vídeos na Internet que mostravam como fazer máscaras em casa. Na altura, a Direcção-Geral de Saúde não recomendava o uso generalizado, e por isso “arquivou” as ideias para mais tarde pôr em prática, se e quando fosse necessário. Ora, não foi preciso esperar muito tempo para que o uso generalizado de máscaras pela população fosse aconselhado pelas autoridades de saúde e então começou a testar modelos. «Costurar é assim mesmo. Começamos por fazer experiências, até chegarmos ao modelo ideal», explica, acrescentando que teve em linha de conta fazer modelos ajustáveis, com pinças para ajustar melhor ao nariz e ao queixo. E como as máscaras em tecido são reutilizáveis, teve o cuidado de pensar um modelo de máscara que permita trocar o elástico, caso se danifique ou seja necessário colocar um maior para melhor se ajustar ao rosto de quem a usa. Quanto aos tecidos, tem o cuidado de utilizar os que apresentam uma grande percentagem de algodão (resistente a altas temperaturas e desinfectantes) e, tal como é recomendado, usa pelo menos duas camadas de tecido.
Os pedidos têm sido, como seria de esperar, muitos, desde que publicou os primeiros modelos de máscaras nas redes sociais. E os pedidos surgem tanto de «pessoas que fazem encomenda de máscaras para usarem nas idas às compras ou para quem tem necessidade de usar quase todos os dias», tendo inclusive recebido o pedido de uma máscara artesanal por parte de uma enfermeira. «A maioria das pessoas vão começar a trabalhar e por isso muitos dos pedidos são feitos por prevenção caso venha a ser exigido o seu uso no local de trabalho», explica.
Em média, Elsa tem feito entre 15 a 20 máscaras por dia, e já não tem mãos a medir para tantos pedidos. Com o «preço simbólico» de três euros, Elsa Rajado vê nesta sua acção «uma forma de contribuir de alguma forma para a situação que hoje estamos a viver», realça.


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