Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
Fundador: 
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Restaurantes podem medir temperatura e pedir a clientes que desinfectem as mãos


Domingo, 26 de Abril de 2020

Desinfecção das mãos à entrada do restaurante, clientes sentados com distâncias seguras, medição da temperatura corporal e realização de testes Covid-19 aos trabalhadores são algumas das regras que a restauração propôs ao Governo para o pós-estado de emergência.
As associações do sector da restauração defenderam ontem o controlo da temperatura de trabalhadores e clientes como medida de prevenção da Covid-19 mas não o registo dos dados recolhidos o que, acreditam, permitirá ultrapassar eventuais ilegalidades.
Numa nota publicada sexta--feira no seu site, a Comissão Nacional de Protecção de Dados esclareceu que as empresas não podem «proceder à recolha e registo da temperatura corporal dos trabalhadores ou de outra informação relativa à saúde ou a eventuais comportamentos de risco dos seus trabalhadores».
A medição da temperatura é uma das medidas na área da saúde, higiene e segurança para trabalhadores e clientes que a Associação da Hotelaria, restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e a associação PRO.VAR (Promover e Inovar a Restauração Nacional) têm defendido no âmbito do processo de reabertura dos restaurantes.
A posição da CNPD levou o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, a colocar a questão numa reunião realizada sexta-feira com o primeiro-ministro e em que estiveram também o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres.
«Colocámos essa questão, porque a medição da temperatura consta do código de boas práticas para este sector, e a interpretação que o Governo nos diz que faz da medida é de que medir a temperatura não é ilegal, o que é ilegal é o seu registo e controlo», referiu João Vieira Lopes.
Também o presidente da PRO-VAR, Daniela Serra, disse à agência Lusa que tem estado a pedir a opinião de juristas sobre esta matéria e o entendimento geral tem sido de que apenas o registo e controlo das medições não é permitido.
Neste contexto, Daniel Serra adiantou que o conselho que vai ser passado aos associados é no sentido de pedirem aos clientes e aos trabalhadores que façam a medição, sendo depois tomadas as medidas adequadas e recomendadas pelas autoridades de saúde no actual contexto de combate à Covid-19 caso alguém revele ter uma temperatura elevada. «Assim pensamos que o problema fica ultrapassado», precisou.
A agência Lusa questionou o Ministério da Economia e Transição Digital sobre a medida de medição da temperatura e a protecção de dados, mas fonte oficial referiu apenas que «as condições para a eventual reabertura de espaços serão anunciadas no momento adequado».
O primeiro-ministro disse sexta-feira que o Conselho de Ministros anunciará no próximo dia 30, quinta-feira, quais os sectores comerciais que retomam a actividade com normas de segurança em 4 e 18 de Maio e 1 de Junho. António Costa referiu que o objectivo do executivo, com este calendário faseado de reabertura, «é medir em cada 15 dias os impactos da medida anterior, vendo se é possível ou não dar mais um passo» em termos de levantamento de restrições.


Suplementos


Edição de Hoje, Jornal, Jornais, Notícia, Diário de Coimbra, Diário de Aveiro, Diário de Leiria, Diário de Viseu