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UC com défice mensal de 300 mil euros na Acção Social


Sábado, 25 de Abril de 2020

O reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, manifestou ontem ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, a importância da Universidade de Coimbra ter os seus alunos de volta «com todas as garantias de segurança necessárias» porque, afirma, «por cada mês sem ensino presencial, só nos Serviços de Acção Social temos, por mês, um défice de 300 mil euros». Se até ao final do ano civil a situação se mantiver, teremos um défice «entre os 6 e 7 milhões de euros».
Com aulas suspensas há mais de um mês, e a decorrerem com alguma tranquilidade com recurso a plataformas digitais (como atestou Manuel Heitor ao acompanhar uma aula à distância), o reitor referiu que a UC é uma instituição de ensino presencial e, como tal, «é legítima a preocupação com o futuro porque em Maio a pandemia não acabou e a Universidade de Coimbra tem de se preparar para a possibilidade de, para o próximo ano lectivo, ser necessário recorrer a um modelo híbrido», com aulas online e presenciais, caso não haja uma solução que permita que todas as aulas sejam presenciais.
Também Daniel Azenha, presidente da Associação Académica de Coimbra, manifestou ao ministro Manuel Heitor, por vídeoconferência, as suas preocupações em relação aos efeitos que toda esta situação pode ter na vida dos alunos e suas famílias, pelo que referiu ser uma prioridade o reforço das bolsas, em maior número, mais elevadas e «que cheguem a tempo e horas». Para as propinas pediu igualmente uma atenção especial do Governo.
Daniel Azenha realçou que também a academia, actualmente com plano de contingência activo e trabalho feito a partir de casa, está a “passar um mau bocado” em termos financeiros, sobretudo porque não é possível apresentar candidaturas a fundos de financiamento porque têm como pressuposto a realização de eventos presenciais. A Queima das Fitas foi adiada para Outubro mas o presidente da AAC avançou a forte possibilidade de «cancelamento das festas académicas se não houver garantia de segurança».

Mais testes em lares
O protocolo de apoio às populações mais vulneráveis no contexto de estado de emergência nacional decorrente da pandemia internacional provocada pela Covid-19, assinado ontem por Amílcar Falcão, presidente da Universidade de Coimbra e Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, vai permitir realizar mais seis mil testes a trabalhadores e utentes de lares de seniores da região de Coimbra «e outros locais de acordo com as necessidades», realçou a ministra.
  No entender de Amílcar Falcão, a postura da Universidade não poderia ser outra porque, diz, «a Universidade de Coimbra tem a obrigação de dar o seu contributo e por isso é importante associar-se com toda a força porque precisamos de ajudar o país». A este propósito Ana Mendes Godinho realçou que «o protocolo é um exemplo de como a academia está ao serviço da população».
Esta parceria, firmada ontem em Coimbra, integra um programa nacional no âmbito do qual já foram realizados 17 mil testes, em cerca de duas centenas de instituições em todo o país, prevendo-se nos próximos 30 dias a realização de 70 mil testes. A cerimónia foi antecedida de uma visita à unidade dedicada à realização de testes de diagnóstico da Covid-19 no Laboratório de Análises Clínicas em funcionamento há três semanas, na Faculdade de Medicina da UC (Pólo I).


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