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Covid “confinado” na Casa de Saúde das Irmãs Hospitaleiras


Sexta, 24 de Abril de 2020

Os números podem assustar: «actualmente registam-se 91 casos confirmados em utentes e 18 em profissionais» na Casa de Saúde Rainha Santa Isabel, em Condeixa. A confirmação foi dada ontem pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e adianta: «todos estão estáveis e controlados, tendo já começado a fase de “testes de cura”, que se realizam após os 14 dias, duas vezes em menos de 24 horas». Um processo que começou em finais de Março, quando foram confirmados os dois primeiros casos na unidade de saúde das Irmãs Hospitaleiras. Até ao momento, refere ainda, seis equipas multidisciplinares de colheitas da ARSC realizaram «151 testes» na instituição.
«A situação está controlada», afirma, de forma lacónica, Filipa Couto, do Departamento de Comunicação das Irmãs Hospitaleiras, destacando a articulação que, «desde a primeira hora», existiu com as autoridades de saúde, nomeadamente a ARSC, delegado de saúde e autoridades locais.
Nuno Moita, presidente da Câmara Municipal de Condeixa, acompanha de perto a situação e assume: «neste momento não estou muito preocupado». E as razões são simples, pois, apesar do número elevado de contaminados, 109, «a doença está confinada». De resto, o autarca elogia a «enor­me capacidade de resposta» que a Casa de Saúde teve, pois «conseguiu que a doença não se espalhasse».
Nuno Moita destaca o facto de se tratar de uma unidade de saúde dedicada à área da psiquiatria e saúde mental, que tem um número muito significativo de utentes – 410 – e 300 funcionários. «A situação está estável» enfatiza, elogiando a eficácia do plano de contingência imediatamente accionado pela Casa de Saúde, num registo com dificuldades acrescidas, uma vez que, lembra, além de em número elevado, «os utentes são pessoas com doença mental, muito deles profunda».
A instituição conseguiu, enfatiza, «criar alas de isolamento, com capacidade para 200 pessoas», que não chegaram a ser necessárias na totalidade», além de ter instalado, «de um dia para o outro, um hospital de campanha». Uma «enorme capacidade de resposta» das Irmãs Hospitaleiras, que, «dentro da própria Casa de Saúde conseguiram evitar a contaminação de mais utentes» e também evitar a disseminação para o exterior. «Há mais de um mês que não há visitas». Uma actuação «exemplar», que «é de louvar», elogia.
«A situação está estável. Neste momento não estou muito preocupado. A doença está confinada à instituição e não há possibilidade de transmissão à comunidade», considera Nuno Moita. Relativamente a funcionários – médicos, enfermeiros e auxiliares - são 18 os profissionais infectados. Residentes em Condeixa serão, segundo o autarca, 14, que estão «em quarentena», confinados às respectivas residências, sob vigilância da autarquia, protecção civil e GNR. No entender do autarca a doença também ficou confinada a estes profissionais. «Não há notícia que haja alguém, numa qualquer aldeia, que tenha sido contaminado», afirma.
Apesar da «tranquilidade», Nuno Moita admite que a autarquia, as autoridades e o delegado de saúde estão «atentos e vigilantes». «Esperamos o melhor, mas estamos preparados para o pior», remata, fazendo notar que os 61 casos de Condeixa que ontem constavam no relatório da Direcção-Geral de Saúde se referem na grande maioria, «95% dos casos», a pessoas que «trabalham na área da saúde», nos hospitais de Coimbra.


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