É com a voz embargada que Alfredo Poeiras lamenta não poder celebrar o 25 de Abril de 1974 nas ruas da cidade da Marinha Grande como o faz ano após ano, com a sua mulher Josefina. Afinal de contas, é “um filho daquela madrugada” e, portanto, “a carga simbólica” da data “é muito grande”.
No entanto, este marinhense, com 64 anos, sabe que não se trata de uma privação de liberdade aquela que enfrenta nos dias de hoje, devido à pandemia Covid-19. Prefere assumir a sua responsabilidade social e ficar em casa, protegido e em segurança, confiante que os 47 anos da ‘revolução dos cravos’ possam ser assinalados em 2021 com pompa e circunstância.
Assim, e para que se sinta “como se estivesse na rua” a entoar os cânticos da liberdade, amanhã vai ouvir-se na sua casa, o dia todo, música de intervenção.
“A minha mulher já me perguntou se íamos pôr a bandeira na varanda. Eu disse que sim, claro. Vou estar em casa, vou respeitar o confinamento, mas vou celebrar o 25 de Abril”, conta Alfredo Poeiras, visivelmente emocionado.
A juntar à ‘festa’, os apelos em todo o País para que se cante ‘Grândola Vila Morena’ e o Hino Nacional, a partir das janelas de casa, e a que Alfredo Poeiras não vai deixar de ‘comparecer’.
