A semana começou com um sinal de alerta. Ontem, logo pela manhã, foi notória a presença de mais gente na rua e nas estradas. As patrulhas da GNR, que se têm multiplicado em operações de fiscalização e sensibilização, sentiram a mudança de paradigma e temem os seus efeitos.
«É preocupante», resume o capitão Oliveira, das Relações Públicas do Comando Territorial de Coimbra, fazendo notar o acréscimo significativo de movimento que se fez sentir. Particularmente ontem, uma vez que o fim-de-semana não se revelou «muito diferente dos anteriores». Ontem, foi diferente. «Parece que as pessoas estão a “levantar a guarda”, esquecendo-se que o estado de emergência continua em vigor», o mesmo é dizer que as medidas fundamentais, de recolhimento e distanciamento social, continuam a ser válidas. De resto, tem sido essa a mensagem que a Direcção-Geral de Saúde e Governo têm procurado fazer passar, no sentido de não haver facilitismos que possam pôr em causa a evolução positiva que se tem registado, no combate à doença provocada pelo coronavírus.
«É fundamental saber gerir bem as necessidades», refere o capitão da GNR, a propósito das saídas. Note-se que a obrigatoriedade de confinamento, ditado pelas autoridades de saúde, apenas envolve pessoas sinalizadas, porque portadoras da doença ou em situação de vigilância, que, ao saírem de casa, incorrem no crime de desobediência. De resto, nas várias operações de fiscalização efectuadas pela GNR em toda a região, durante o dia de ontem, não foi detectada nenhuma situação desta natureza.
«O princípio “Fique em casa” continua a ser válido nesta terceira fase de emergência», que pretende, com as devidas cautelas, garantir uma transição serena e um caminho tão seguro quanto possível para uma vivência mais “normal”. Por isso é necessário «evitar saídas desnecessárias». Trabalho e compras são os argumentos mais utilizados para justificar uma saída de casa. Se relativamente ao primeiro pouco ou nada há a opor, já no se refere às compras, há um conjunto de conselhos que a GNR faz questão de apontar. A começar pelo facto de «não ser necessário levar a família toda. Basta ir uma pessoa». Mais, também não é necessário ir todos os dias. Aliás, o aconselhável é que sejam adquiridos produtos para a semana. «É importante ser razoável», seja na aquisição de bens alimentares ou de medicamentos, «de forma a evitar saídas desnecessárias».
Ontem, na Estrada nacional 17 (Estrada da Beira), no IC2, na auto-estrada do Norte, as principais vias da região, notou-se «um maior fluxo de trânsito», constata o oficial de Relações Públicas do Comando da GNR de Coimbra, embora bastante longe do trânsito considerado normal. Todavia, faz notar, «muito superior» à circulação que se tem verificado nas últimas semanas. «É necessário não abusar, ter bom senso nas deslocações», remata.
