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Casa dos Pobres tem 35 casos positivos de Covid-19


Sábado, 18 de Abril de 2020

Rosette Marques

São 35 as pessoas infectadas com Covid-19 na Casa dos Pobres de Coimbra. O resultado do final dos testes só chegou ontem à instituição e revelou que dos 43 funcionários, seis estão infectados e dos 63 utentes, 29 também deram resultado positivo. Desses apenas um está internado.
Luísa Carvalho, directora da instituição, referiu ao Diário de Coimbra que todos os utentes estão numa situação clínica estável, até porque alguns deles estão assintomáticos.
Perante os resultados, a direcção das Casa dos Pobres deu seguimento a todas as medidas de segurança no âmbito do Plano de Contingência e de acordo com as recomendações das autoridades de saúde, pelo que os utentes infectados continuam em isolamento nos seus quartos. Quanto aos funcionários, os infectados estão também em quarentena, sen­do que a equipa que estava de serviço, em regime de permanência total na instituição, está já a ser substituída.
A directora que, nos últimos dias, tem vindo a lamentar a morosidade quer na realização dos testes, «que só foram efectuados na passada terça-feira, quando o primeiro caso remonta à quinta-feira anterior (dia 9)», quer relativamente à revelação dos dados, «também tardia», esclareceu que a instituição tem tido «um acompanhamento contínuo por parte da enfermeira Ana Morais, do Centro de Saúde de S. Martinho e de toda a equipa de saúde pública».
No entanto, reconhece que todo este impasse tem gerado «uma grande ansiedade entre os colaboradores» que «é preciso saber gerir». Relativamente aos utentes, «pela sua condição de pessoas mais vulneráveis e algumas com outras patologias associadas, tem sido difícil conseguir gerir a sua ansiedade e o sentimento de insegurança».
Dado que há redução dos recursos humanos da instituição, até por via do apoio à família, no caso das pessoas que têm filhos com menos de 12 anos, a reorganização das equipas já está a ser equacionada com apoio do IEFP. Na área clínica, a direcção está também a avaliar a situação, para garantir que os utentes tenham apoio clínico em permanência.
Em termos logísticos, o objectivo é que se volte à normalidade o mais depressa possível», tal como referiu Luísa Carvalho. Por isso, com o apoio da Protecção Civil, está já programada a desinfecção de todas as zonas livres da Casa dos Pobres para que os utentes não infectados possam sair dos seus quartos e retomar as suas rotinas.
Questionada sobre uma alegada falta de informação aos familiares, Luísa Carvalho explicou que «pode acontecer que algum familiar não consiga contactar a Casa dos Pobres, já que a central telefónica está avariada». «No entanto, nenhum familiar fica sem informação, até porque há um colaborador adstrito à comunicação com a família através de telemóvel. Desde a semana passada que temos vindo a fazer o ponto da situação, mas é claro que só comunicamos com a família se houver algum problema», afirmou.
Luísa Carvalho deixou uma palavra de tranquilização às famílias, dizendo que «a más notícias correm depressa, portanto, quando não dizemos nada é porque está tudo bem».|


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