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Falta de testes e de equipamentos preocupa bombeiros do distrito


Sexta, 17 de Abril de 2020

O vice-presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu referiu à agência Lusa que as principais preocupações que os operacionais vivem são a falta de testes, de equipamento, de informação e ainda a falta de receitas financeiras.
“O acesso aos testes, à informação e aos equipamentos de protecção individual tem sido muito complexo. As próprias associações têm investido no equipamento com valores completamente desajustados daquilo que é a realidade, porque há uma grande especulação de preços”, afirmou Guilherme Almeida.
O também comandante dos Bombeiros Voluntários de Nelas acrescentou que, “neste momento, há duas situações: uma é a incerteza e outra é que os bombeiros têm de tratar todas as situações independentemen-te da natureza, seja trauma ou doença súbita, como suspeitas”.
Isto porque “não há informação por parte da Autoridade de Saúde Regional e isso não ajuda em nada a actividade”, uma vez que “se já antes havia dificulda-de em proceder a transporte de suspeitos, porque não havia acesso depois aos resultados, neste momento não há informação absolutamente nenhu-ma”.
“E isso também obriga à utilização considerável de material que não temos. O material que temos em stock chega a conta-gotas e chega, muitas vezes, por mão de empresas, particulares, voluntários e movimentos que surgiram na sociedade e que se substituem ao Estado e que nos acabam por arranjar algum tipo de equipamento”, esclareceu.
A par da falta de equipamen-to, continuou, está a falta da realização de testes aos operacionais das 33 corporações existentes nos 24 concelhos do distrito de Viseu, “porque, independentemente de se ter falado nos testes às forças de segurança e bombeiros, na verdade, não está a acontecer”.
“Obviamente os bombeiros estão aqui e acabam por lidar com situações de casos suspeitos e também têm as suas famílias e há aqui alguma incerteza e um menos à vontade. Não tem sido fácil”, assumiu.
Até porque “há dois corpos de bombeiros no distrito com operacionais infectados” e em ambas as corporações “estão a cumprir os procedimentos da Direcção Geral da Saúde, em isolamento, e felizmente são casos que estão a ser tratados nos domicílios”.
No caso de Resende, explicou, “só se soube que têm operacionais infectados, porque o corpo de bombeiros, em parceria com o município, testou os operacionais”.
Mas “isto não é uma situação transversal no distrito, é um ou outro caso pontual, onde a autarquia agiu de forma autónoma”.
“Temos aqui operacionais todos os dias a fazerem rotatividade e contingência, mas que não são testados e não sabemos até que ponto há infectados”, adiantou o também comandante de Nelas, um concelho onde também há pessoas infectadas com a covid-19.
No entender de Guilherme Almeida, “se houver sintomas e se se manifestam é uma situação, mas não havendo sintomas e não tendo acesso aos testes e à informação não se sabe se está tudo bem ou não e isso é preocupante”.
O vice-presidente da federação dos bombeiros no distrito explicou que todos os quartéis estão com planos de contingência de forma a garantir a operacionalidade e, para isso, “o efectivo foi reduzido, assim como as pessoas dentro dos quartéis, com equipas de 24 sobre 24 horas, com rotatividade, e após isso seguem para quarentena voluntária”.


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