Que análise faz da situação vivida actualmente pelo concelho de São Pedro do Sul?
Desde que surgiram os primeiros casos que o Município acompanha a situação diariamente, em articulação com as autoridades de saúde. Felizmente, até este momento, apenas nove casos, cinco dos quais já recuperados. Claro que não sabemos o dia de amanhã, mas até agora os sampedrenses têm cumprido as recomendações de isolamento social e têm dado resultados positivos. Tenho esperança que possamos continuar a controlar a propagação do vírus no nosso concelho.
O que é que o município está a fazer para minimizar os efeitos desta pandemia?
Logo de início activámos o Plano de Contingência Municipal, procedemos ao encerramento dos serviços municipais e serviços de atendimento ao público. Após a recomendação de isolamento social, tendo o nosso concelho muita população envelhecida, quisemos garantir a segurança dos nossos idosos e das pessoas em situações de fragilidade social, com o programa de apoio social, que ajuda na aquisição de bens alimentares ou de medicamentos. Outras medidas que implementámos foram: a prorrogação de todos os prazos de pagamento, a suspensão de prazos nos processos administrativos, a simplificação do registo dos serviços online, para que todos os assuntos possam ser tratados através do site do Município, a disponibilização de um serviço de apoio psicológico, a divulgação através das redes sociais e por todas as freguesias das recomendações da Direcção-Geral da Saúde. Foram ainda aprovadas várias medidas com o objectivo de minimizar os efeitos da pandemia na economia do concelho, como a isenção do pagamento das faturas da água, lixo e saneamento para empresas, empresários em nome individual, comerciantes, corporações de bombeiros, associações e instituições sociais. Isentámos ainda os feirantes e comerciantes do pagamento das taxas de publicidade e ocupação de via pública. Durante este mês e o próximo estamos a acelerar o pagamento aos nossos fornecedores locais e da região, para que estes possam também recuperar desta fase difícil. Vamos ainda proporcionar às empresas que estão na incubadora de empresas, nas Termas, a possibilidade de ficarem mais um ano e a fazer um levantamento de espaços disponíveis para acolhermos outras empresas que possam apresentar dificuldades. Destaco ainda o aproveitamento do antigo hospital, na Negrosa, que foi higienizado e equipado para servir como espaço de rectaguarda com 40 camas, e a criação de uma bolsa de voluntariado, já com 40 inscritos, que serão encaminhados para o apoio aos munícipes em situação de isolamento social ou nas IPSS, por exemplo. Junto ao Centro de Saúde, com o apoio do exército, foi montada uma tenda de campanha, para triagem do Covid-19. Temos também procedido à entrega de material de protecção tais como desinfetantes, luvas e máscaras ao Centro de Saúde, GNR e Bombeiros, assim co-mo equipamento importante como oxímetros e termómetros ao Serviço de Urgência Básica de S. Pedro do Sul.
Como vê as medidas aprovadas pelo Governo?
Considero que as medidas tomadas pelo Governo estão a ter resultados positivos, pois foram tomadas logo no início da pandemia no nosso país e, com o apoio de todos os cidadãos no cumprimento das recomendações, acredito que estamos no caminho certo. Não é fácil estar em lugares de decisão, dos quais dependem a saúde e a vida das pessoas. Sem dúvida que o isolamento social, o alerta para que os emigrantes não se desloquem para Portugal, a limitação de circulação na altura da Páscoa, foram medidas difíceis, mas que são imprescindíveis na propagação do vírus. Se compararmos com outros países da Europa, julgo que o nosso Governo tem agido de forma exemplar na gestão desta pandemia.
O município prepara uma campanha de promoção turística do concelho para depois da pandemia. Quais serão os pontos fortes dessa campanha?
Esta será uma campanha de meios publicitários, de âmbito nacional, com especial incidência nas grandes cidades e meios de comunicação nacionais, por forma a promover e dinamizar o concelho de S. Pedro do Sul, enquanto destino turístico de eleição, com especial incidência nas nossas termas. O objectivo é que após este estado de emergência, o turismo possa, gradualmente, ser restabelecido, mostrando com esta campanha que S. Pedro do Sul estará, novamente, pronto para receber todos os visitantes, com toda a tranquilidade e segurança. Além disso pretende-se, mais do que nunca, fomentar as férias cá dentro.
As Termas de São Pedro do Sul têm condições para voltarem a ser umas das maiores da Europa?
Sim, não tenho dúvidas disso, nunca deixaram de o ser e não será agora que isso irá acontecer. Pensamos até que iremos voltar mais fortes, porque continuamos a garantir a tranquilidade, saúde e arte de bem receber. Apesar do encerramento temporário, assim que as autoridades de saúde permitirem que os Balneários possam abrir as portas novamente, tenho a certeza que vamos continuar a ter a mesma procura. A qualidade das nossas águas e dos nossos tratamentos já são conhecidos nacional e internacionalmente. Com a campanha de comunicação que contamos lançar vamos, com certeza, atrair muitos aquistas. E, claro, já temos muitos termalistas fidelizados que todos os anos fazem tratamentos pois já comprovaram a eficácia dos mesmos na sua saúde e bem-estar.
