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Covid-19: Jogadores em crise desesperam para fazer o que mais gostam


texto: José Roque / foto: LFC/Arquivo Sexta, 17 de Abril de 2020

Os jogadores de futebol estão a viver momentos de grande incerteza em relação à sua sobrevivência imediata, mas também em relação ao futuro profissional. Se na I e II ligas nacionais os jogadores ainda aguardam uma decisão que deverá apontar para o retomar das competições para mais tarde, no Campeonato de Portugal (CP) a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) já deu por concluída a prova, facto que colocou clubes e atletas em maus lençóis.
A decisão da FPF acabou por ser aceite por todos já que “em primeiro lugar está a saúde”, como salientou o avançado da UD Leiria, Renato Alexandre, mas por outro lado, os clubes ficaram sem fontes de receita e sem condições para pagar os vencimentos dos atletas até ao final do contrato, ou seja, até ao mês de Junho.
“A FPF não se preocupou com aqueles jogadores que já tinham salários em atraso e que correm o risco de ficar vários meses sem receber nada, porque ainda ninguém sabe quando vai poder começar a nova época. Em alguns casos estamos a falar de jogadores que ficam sem receber quase um ano inteiro”, contou Renato Alexandre.
A opinião é partilhada pelo treinador da UD Leiria, que explica que os jogadores, de um modo geral, estão a viver momentos de grande “angústia e incerteza em relação ao futuro”. “A maioria dos jogadores do CP são amadores, mas só vivem do futebol e há famílias que dependem desse dinhei­ro”, contou Carlos Delgado.
A situação do emblema do Lis ainda se torna mais dramática se tivermos em conta que desde o início da época os jogadores se viram confrontados com falta de pagamento, algo que se tornou recorrente ao longo da época.
O Diário de Leiria sabe que em relação ao plantel da UD Leiria, o cenário só não é mais dramático porque têm havido ajuda por parte de pessoas externas à SAD.
“Tem havido grande solidariedade por parte de pessoas que ajudam a compor a dispensa e a minimizar a situação”, assegurou um jogador do plantel que preferiu manter o anonimato, acrescentando que a actual administração da SAD, liderada por Alexander Tolkstikov, deixou os jogadores “ao abandono”.
Já para Renato Alexandre, o facto de ainda viver em casa dos pais faz com que a situação não seja tão angustiante, mas o jovem avançado recorda que o mais complicado acaba por ser para os jogadores estrangeiros, já que “não têm capacidade nem possibilidade de voltar aos seus países”.
O Diário de Leiria tem ainda conhecimento de jogadores que, para não estarem até Setembro sem ter um vencimento, vão arranjar trabalho para suprir as necessidades imediatas.
No Campeonato de Portugal, a região de Leiria conta com a presença da UD Leiria, AC Marinhense, Caldas SC e CD Fátima.

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