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Noivos ficam com a vida em suspenso em mais um ‘capítulo’ da pandemia


texto: José Roque / foto: DR Quarta, 15 de Abril de 2020

Estão juntos há 11 anos e preparavam-se para celebrar no dia 10 de Junho o amor que os une. através de um casamento com tudo aquilo a que têm direito. Contudo, Ana e Luís viram as expectativas serem completamente frustradas, tudo por culpa de um vírus que está a deixar as vidas das pessoas em suspenso.
O casamento de Ana e Luís, de Leiria, é apenas um dos muitos exemplos de bodas que foram adiadas. Aliás, os intervenientes do negócio nupcial fazem agora contas à vida, já que de um lado há noivos à beira de um ataque de nervos, e do outro há fornecedores e prestadores de serviços que estão desesperados e de mãos atadas.
“Há cerca de três semanas que fomos alertados pela quinta de que os casamentos de Maio estavam a ser adiados e que o mesmo iria acontecer com os de Junho. Assim, tentámos encontrar uma nova alternativa, por precaução, pelo que decidimos casar a 8 de Agosto, uma das poucas datas ainda disponíveis”, explicou Luís Pombeiro. Contudo, o noivo não se mostra demasiado optimista com a nova data encontrada. “Tenho algum receio que nessa altura as coisas ainda não estejam normalizadas”, admitiu, acrescentando que preferia celebrar o matrimónio “no Verão” e não noutras estações do ano, como chegou a ser equacionado.
Este adiamento não só está a deixar os noivos com os nervos em franja, como também já teve consequências a nível monetário. “Não é nada de especial, mas já tínhamos adiantado dinheiro pelo serviço de maquilhagem e esse dinheiro foi perdido”, contou Luís Pombeiro, adiantando ainda que, em caso de cancelamento, os noivos teriam que pagar à quinta um valor superior a 1.300 euros.
Ainda assim, o que mais ‘magoa’ na hora de adiar o casamento é saber que alguns dos convidados não vão poder estar presentes na cerimónia onde estavam previstas a presença de 130 pessoas. “Houve convidados que disseram perentoriamente que não iriam a eventos com grandes aglomerados. Além disso, a festa não será a mesma. As pessoas não estarão à-vontade para se abraçarem e para festejarem. Não vai ser a mesma coisa”, admitiu o noivo.
Quem também teve de adiar o seu casamento foi Micaela e Jorge. A noiva, dos Milagres (Leiria), e o noivo, do distrito de Aveiro, iam celebrar o matrimónio a 2 de Maio, em Vagos, mas foram obrigados a adiar a cerimónia para o final do mês de Agosto. Apesar do constrangimento, Micaela Rita diz que o casal acabou por ter sorte no meio disto tudo.
“Felizmente ninguém tinha pedido um sinal, tirando a quinta e o fotógrafo, mas foi a própria quinta a tratar de tudo já que os serviços contratados foram através deles”, contou a noiva, acrescentando ter tomado conhecimento de relatos de noivos que perderam dinheiro que já tinham adiantado.
Se, por um lado, não houve prejuízos financeiros neste caso, por outro. o adiamento vai impedir a presença de todos os 150 convidados. “Não sei se os familiares que estão no estrangeiro vão conseguir vir. Além disso alguns dos convidados estão com receio”, frisou Micaela Rita.
Outra questão a ter em conta com os adiamentos dos casamentos prende-se com a lua-
-de-mel. Se para Micaela Rita isso não é um problema porque a viagem ainda não estava marcada, para Luís Pombeiro a esperança é que o dinheiro da entrada - cerca de 400 euros - seja devolvido, estando nesta altura a aguardar por uma resposta por parte da agência de viagens.

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