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Bombeiros com dificuldades para comprar equipamento de protecção


Terça, 14 de Abril de 2020

Os Bombeiros Voluntários de Viseu gastaram nas últimas semanas cerca de cinco mil euros na aquisição de equipamento de protecção para os seus operacionais, nomeadamente, fatos integrais, máscaras, óculos, luvas e toucas, e em desinfectantes e outros produtos. No entanto, segundo o vice-presidente da direcção da instituição, Lúcio Campos, a maior dificuldade tem sido repor ou adquirir algum desse equipamento, porque “os fornecedores, devido à enorme procura, não têm capacidade de entrega, levando também a um aumento significativo dos preços”.
“Estamos a desenvolver múltiplos contactos institucionais, empresariais e pessoais no sentido de evitar a ruptura de stock destes componentes essenciais que fazem parte do Equipamento de Protecção Individual dos nossos operacionais, pois são vitais para continuarmos a desenvolver em segurança o nosso trabalho na luta contra a covid-19”, explica o responsável, sublinhando que sem esse equipamento os bombeiros não poderão continuar a fazer o transporte de doentes suspeitos de estarem infectados.
Segundo Lúcio Campos, foram transportados para o Hospital de São Teotónio, desde o início de Março, 26 doentes com suspeitas de covid-19, sendo que dois tiveram resultado positivo, 15 resultado negativo e nove ainda estão a aguardar o resultado do teste a que foram sujeitos.
O vice-presidente da direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Viseu salienta que a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil e diversas entidades privadas têm contribuído com algum equipamento de protecção individual e destaca “a elevada mobilização e o grande apoio que temos sentido por parte de empresas, instituições, entidades e cidadãos anónimos de Viseu que, de uma forma profundamente altruísta e solidária, têm respondido positivamente aos nossos apelos e nos têm feito chegar, sob várias formas, como é o caso de produtos alimentares, equipamentos de protecção individual, produtos de higiene e dinheiro, um auxílio extremamente importante para o nosso normal funcionamento”, sublinhando ainda o adiantamento do apoio anual de 55 mil euros que a Câmara Municipal de Viseu já disponibilizou.
“Queremos continuar a estar na linha da frente no auxílio e socorro a toda a população de Viseu, procurando prestar um serviço de qualidade, dedicado e com elevado nível de rigor e profissionalismo que garanta que as melhores práticas são aplicadas a todos aqueles que de nós necessitam”, adianta. No entanto, “a grande preocupação é reduzir o risco ao mínimo dos nossos operacionais, para garantir a operacionalidade do nosso corpo de bombeiros e assim podermos responder com eficiência e prontidão às outras situações, como incêndios urbanos ou florestais, acidentes, transporte de doentes e limpeza de vias”.
623 ocorrências
desde 1 de Março
De acordo com Lúcio Campos, os bombeiros voluntários foram chamados a mais de seis centenas de ocorrências desde o início do mês de Março, tendo sido mobilizados para 16 incêndios urbanos, três incêndios rodoviários, 14 colisões e despistes, 218 emergências pré-hospitalares, 327 transportes de doentes e cinco limpezas de via.
No quartel, foram realizadas algumas alterações nos procedimentos e medidas de protecção, esclarece Lúcio Campos, referindo medidas como a restrição do acesso a pessoas com estrita necessidade de o fazer, a passagem dos turnos de serviço de 8 para 24 horas, por forma a diminuir as rotações e aumentar a permanência do pessoal, a implementação de regras de higiene e segurança e a recomendação de uso generalizado de máscara.


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