Os utentes e os colaboradores da Residência Eira da Torre, em Santa Eufémia, no concelho de Leiria, estão em isolamento total desde o passado dia 31 de Março. Esta foi a medida “mais eficaz” que a direcção da Residência encontrou para fazer face à pandemia de Covid-19 e deixar o novo coronavírus fora de portas.
“É a medida mais extrema, mas também a mais eficaz. Manter os utentes e os colaboradores em isolamento, sem contacto com o exterior, foi a melhor forma que encontrámos para nos protegermos a todos”, explica a directora do lar, acrescentando que a Residência Eira da Torre foi “das primeiras” a suspender a visita de familiares.
“Nós suspendemos totalmente as visitas logo no início do mês de Março. Na altura, a medida causou alguma apreensão nos familiares porque a evolução do vírus no nosso País ainda não era muito acentuada. Hoje, ligam-nos a agradecer termos tomado esta medida tão cedo, que está a ajudar a manter os utentes resguardados”, refere Vanessa Póvoa.
Foi precisamente a intenção de “manter os utentes em segurança” que levou à implementação do isolamento total de 23 dos 37 colaboradores da instituição.
“Quem está a trabalhar durante o dia, pernoita na própria residência. Por sua vez, os colaboradores que estão no turno da noite, durante o dia descansam e estão no jardim-de--infância, cujas instalações foram cedidas temporariamente pela Junta de Freguesia de Santa Eufémia”, esclarece a directora da instituição, que tem duas salas preparadas para utentes que possam a vir ter de necessidade de estar isolados.
“Neste momento temos uma utente numa das salas. Esteve hospitalizada e optámos por colocá-la 14 dias em isolamento para garantir que está tudo bem”, refere Vanessa Póvoa.
Também a recepção dos alimentos e produtos por parte dos fornecedores é feita com “o máximo cuidado possível” e numa divisão aparte, sendo apenas dois os elementos da instituição a receber as respectivas entregas.
A directora da Residência Eira da Torre, que tem 61 utentes, reconhece “não ser uma medida e uma situação fácil”, aproveitando para enaltecer o “esforço” e o “empenho” dos colaboradores.
“Nem toda a gente estava disposta a ficar longe da família durante tanto tempo. É mesmo muito difícil, daí que seja de louvar o que estes colaboradores estão a fazer, em prol da segurança e da saúde dos utentes. Sem dúvida que esta situação está a reforçar ainda mais os laços existentes entre a equipa e os próprios utentes, que também estão muito agradecidos pelo que está a ser feito”, conclui Vanessa Póvoa.
