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Covid-19/Pombal: Autoridade de Saúde vai começar a testar primeiros infectados para saber da cura


texto: Orlando Cardoso / foto: DR / Legenda: José Ruivo diz que a situação ainda não está controlada Segunda, 13 de Abril de 2020

A Autoridade de Saúde Pública de Pombal vai começar a testar os primeiros casos diagnosticados com a Covid-19, no sentido de identificar as situações já recuperadas. O anúncio foi feito, no final da passada semana, pelo Delegado de Saúde, no decorrer de uma conferência de imprensa realizada pela Câmara Municipal.
Segundo José Luís Ruivo, serão efectuados dois testes a cada um dos cidadãos, com um intervalo mínimo de 48 horas, e caso os dois derem resultado negativo, será dado como recuperado. O diagnóstico estará a cargo de um laboratório credenciado no âmbito de uma contratação pela Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL).

Subida de casos a ritmo baixo
No encontro com os jornalistas, o Delegado de Saúde enalteceu o facto de os números de casos no concelho terem evoluído a um ritmo baixo, cifrando-se nas cinco dezenas de casos confirmados e oito óbitos. Mortes que, segundo o responsável pela saúde pública concelhia, estão relacionadas com utentes com alguma idade e com outras patologias associadas, essencialmente, insuficiência renal. “Dos casos positivos hemodialisados, infelizmente só temos uma pessoa viva”, frisou.
Para José Ruivo, não há registo de casos de contaminação com “ligação interpessoal na comunidade”, o que revela “que as pessoas têm mantido o seu isolamento e confinamento” de acordo com as orientações. No seu entender, “era expectável que hoje tivéssemos mais sete ou oito casos, até 10”, mas isso significa que as pessoas estão a interiorizar a necessidade de se isolarem. Porém, alerta para o facto de a situação não estar controlada, “de maneira nenhuma”.
No entanto, há “algumas dificuldades com as pessoas que vêm do exterior”, mas o Delegado de Saúde está confiante que as forças de segurança têm prestado uma “ajuda extraordinária” na identificação desses cidadãos e fazendo com que cumpram a quarentena obrigatória.
Quanto ao lar da Associação Sócio-Cultural Recreativa e Educativa de Cumieira e Circunvizinhas, onde se verificaram quatro mortes e 17 utentes contaminados, para além de algumas funcionárias, José Luís Ruivo considera continua a ser “uma situação preocupante” apontando esta semana como “fulcral” uma vez que “os doentes completam 14 dias de infecção” o que “poderá criar-nos algum ânimo”. Contudo, refere que “há um dos utentes que está internado e que nos merece algum cuidado” tendo em conta, sobretudo, a sua idade avançada.
Referindo-se à infecção diagnosticada a uma colaboradora de um lar privado na freguesia de Almagreira, José Ruivo refere que “há uma ligação ao seu país de origem uma vez que é brasileira”, estando a mesma afastada da instituição. Garante que não há conhecimento de “qualquer anomalia, nem em relação ao estado de saúde dos utentes residentes, nem às restantes funcionárias”, não havendo, assim, “necessidade de se realizar testes de rastreio”.

‘Qualquer cuidado é muito pouco’
Referindo-se às instituições de acolhimento de seniores, o Delegado de Saúde admite que as mesmas estão precavidas, colocando um utente em isolamento sempre que o mesmo regressa do exterior, por exemplo, de uma consulta ou tratamento médico, mas “qualquer cuidado é muito pouco”.
Por outro lado, alerta para que os profissionais das instituições sejam “cidadãos conscientes”, mantendo-se na sua área de confinamento na sua própria casa. “Não tendo comportamentos adequados podem pôr em risco a si, à família e toda uma comunidade” ou até “causar uma tragédia”, quando retomam o seu trabalho na instituição, vincou. |


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