Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
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Empresários reclamam eficácia para linhas de crédito


Sexta, 10 de Abril de 2020

Os empresários da região pedem «medidas urgentes» ao Estado, no sentido de assegurar que «o dinheiro das linhas de crédito Covid-19 chegue com urgência à economia real». Falando a uma só voz, as associações empresariais da Serra da Lousã, de Poiares, de Miranda do Corvo e de Penela afirmam que «até hoje, o dinheiro ainda não chegou às nossas pequenas e médias empresas».
Falando em nome de «mais de três mil empresários da região», os responsáveis das quatro associações recordam que, no quadro da crise provocada pela Covid-19, o Governo procedeu ao lançamento de um conjunto de linhas de crédito para as empresas, para as quais o «Estado português emite garantias entre os 80% e os 90% do valor de cada empréstimo». As linhas de crédito, explicam, contemplam uma «linha mais geral, no valor de 400 milhões de euros», e outras linhas, «mais específicas, que totalizam o valor de 3.000 milhões de euros», a repartir pelos sectores da restauração e similares (600 ME), animação turística e organização de eventos (200 ME), empresas de turismo (200 ME), e pela indústria têxtil, vestuário, calçado, indústrias extractivas e fileira da madeira (1.300 ME).
Grande parte dos estabelecimentos e empresas da região estão «encerrados desde o dia 16 de Março» e «não tiveram ainda qualquer apoio à liquidez para manterem os seus postos de trabalho e os seus negócios para o futuro», referem os empresários, fazendo notar que circula a informação de que «algumas das linhas de crédito já se encontram esgotadas».
Perante esta situação, os responsáveis da Associação Empresarial Serra da Lousã, Associação Empresarial de Poiares, Clube de Empresários de Miranda do Corvo e Núcleo Empresarial de Penela perguntam: «onde está o dinheiro? De que forma foi este distribuído, quais os critérios?», Querem ainda saber «quem está a fiscalizar, no terreno, este processo» e deixam no “ar” a suspeita de que, «mais uma vez, só os grande grupos é que tiveram acesso a estas linhas de crédito».
«É inadmissível que esta situação esteja a acontecer, quando as empresas estão a fazer tudo ao seu alcance para não fecharem definitivamente as portas», consideram os empresários, que apelam ao Governo para «vir ao terreno apurar o que se está a passar» e «tome medidas urgentes para que as próximas linhas de crédito cheguem às pequenas e médias empresas». Fazem ain­da uma sugestão, no sentido de serem estabelecidos «limites de crédito por empresas – máximo três ou seis meses de facturação – e que se estabeleça plafond mínimos por região». «A cada dia que passa a situação torna-se cada vez mais dramática para o tecido empresarial», rematam.


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