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Centro móvel e laboratório sem data para abrir


Terça, 31 de Março de 2020

Nem o Centro de Diagnóstico Móvel Covid-19 que está a ser instalado na Praça da Canção nem o laboratório para a realização dos testes à Covid-19 já instalado no edifício da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (Pólo I) entram em funcionamento hoje como estaria previsto. E nenhum tem data prevista para funcionar, sendo que é expectativa que possa ser o mais breve possível porque a situação assim o exige.
Fonte da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), responsável pela realização dos testes “drive-in” no Centro de Diagnóstico Móvel, garantiu ontem ao Diário de Coimbra que hoje «ainda não» começa a funcionar. Ontem, funcionários da Câmara de Coimbra procediam à instalação do centro que vai permitir que se realizem testes sem sair do automóvel. As viaturas entram pelo lado da ponte de Santa Clara e fazem o circuito já previsto, saindo depois pelo lado das antigas bombas. Pelo meio, os automobilistas fazem a sua paragem debaixo da tenda, onde se realiza a colheita para análise. Fonte da ARSC disse que estará tudo praticamente pronto, mas não avançou com dia para a entrada em funcionamento do centro móvel para onde serão encaminhadas os suspeitos de coronavírus pelos hospitais, centros de saúde e linha SNS24. Geograficamente, este centro vai servir o concelho de Coimbra e daqui seguirão as amostras para análise no laboratório na Faculdade de Medicina.
Aqui, o que falta são os reagentes, como já faltavam no dia de ontem, porque tudo o resto, de acordo com o coordenador do laboratório, está pronto a funcionar. «Estarão em Espanha e obviamente que estamos apreensivos», admitiu Santos Rosa, professor catedrático da Universidade de Coimbra, frisando que só quando tiver a certeza que o camião está a chegar a Coimbra consegue prever com exactidão a abertura do laboratório que vai fazer análise aos testes encaminhados pela ARSC do centro Móvel e do centro instalado no antigo Hospital Pediátrico vocacionado para testar os profissionais de saúde. Tanto os reagentes como o restante material partiram da Alemanha em direcção a Coimbra, só que apenas o material já chegou.
«Incomodado» com o arrastar da situação apenas porque faltam os reagentes, Santos Rosa garante que tudo o resto está pronto, desde o equipamento aos profissionais que vão trabalhar em três turnos de 12 horas. 800 continua a ser a capacidade máxima de realização de testes que o responsável aponta, ainda que essa meta só possa ser alcançada de forma gradual. E «quatro horas» é quanto demora a resposta a um teste à Covid-19.
Apesar dos constrangimentos em Coimbra que atrasam a realização dos testes, Graça Freitas, directora geral de Saúde, frisou ontem, na habitual conferência de imprensa de ponto de situação da pandemia, que o teste «apenas nos ajuda a dizer quem é ou não é positivo». O teste «não decide a linhagem de tratamento, o que decide são os sintomas e o que pedimos é que aguardem com tranquilidade o momento de fazerem o teste», disse ainda.
Isolamento continua, segundo Graça Freitas, a ser palavra de ordem para todos, em especial para os suspeitos de infecção que devem permanecer em casa até serem chamados para a realização de testes.


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