Um homem, de 83 anos, é o segundo utente do lar da Associação Sócio-Cultural, Recreativa e Educativa de Cumieira e Circunvizinhas que morreu contaminado com o novo coronavírus (Covid-19), dias depois de ter falecido uma outra utente, de 76 anos. Em ambos os casos, a infecção foi confirmada através de realização de teste ‘post-mortem’, elevando o número de óbitos para três no concelho de Pombal.
Ontem de manhã, o delegado de Saúde de Pombal, José Ruivo, admitiu ao nosso jornal que a situação naquela instituição “é uma preocupação muito grande”, adiantando que existem alguns constrangimentos com o plano de contingência e falta de material de protecção.
Segundo o responsável pela saúde pública no concelho, encontram-se naquela instituição da freguesia de Pombal 26 utentes e cerca de dezena e meia de trabalhadores.
Também o presidente da instituição reconhece que se vivem dias de “muita preocupação”. No entanto, Joaquim Silva nega que exista falta de material de protecção: “não temos tido muito material, mas ainda temos”. O dirigente refere que foi solicitado apoio à Câmara Municipal, que prontamente forneceu algum material gratuitamente.
Contudo, tratando-se de uma instituição de solidariedade social, Joaquim Silva refere que todos os contributos serão bem recebidos. “Aceitamos todas as ajudas, porque nunca são demais”, refere. Por outro lado, Joaquim Silva lamenta que as autoridades de saúde não tenham dado ouvidos à solicitação da instituição que dirige para realizar de teste de despistagem à utente, que acabou por falecer. Afirma que a sénior apresentava sintomas compatíveis com Covid-19, mas o alerta foi ignorado.
O dirigente revelou, ainda, que dos 54 testes suportados pelo município, 24 foram efectuados na instituição que dirige (outros 26 no centro social de Ilha) não sendo conhecidos os resultados, o que estava a aumentar a inquietação em utentes, funcionários e famílias.
Quanto a estes testes, o Delegado de Saúde disse desconhecer. “Não sei a quem foram feitos, nem os critérios, nem em que modos foram realizados”, afirmou, frisando que “não foi articulado com a unidade de saúde pública”.
De acordo com José Ruivo, Pombal registava, ontem de manhã, três óbitos e mais seis casos confirmados, para além de 204 suspeitos em vigilância, dos quais 16 em vigilância activa (com monitorização diária pela autoridade de saúde). Segundo o boletim de ontem da Direcção-Geral de Saúde, Pombal tem 12 casos confirmados.
A terceira vítima no concelho foi uma mulher, de 94 anos, da freguesia do Carriço.
