Cinco concelhos da região tinham, aé ontem, 32 casos de Covid-19, sendo que três municípios pertencem ao Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral (Aces), onde há 26 casos: sete em Leiria, sete na Marinha Grande e 12 em Pombal, concelho onde já morreram três pessoas. Até ontem, Batalha e Porto de Mós não tinham, segundo as autoridades de saúde, registo de qualquer caso.
Os dados foram fornecidos ao Diário de Leiria, ontem de manhã, pela Autoridade de Saúde Pública de Leiria, e aos quais há a juntar ainda, segundo o boletim de ontem da Direcção-Geral de Saúde, três casos em Alvaiázere e outros três em Ourém.
Segundo a Autoridade de Saúde Pública de Leiria, sete das pessoas infectadas têm idades compreendidas entre os 21 e os 30 anos, três casos com idades entre os 51 e os 60 anos, outros três entre os 71 e os 80 e ainda outros três com idades entre os 81 e os 90 anos.
Dos números disponibilizados, há ainda dois casos de pessoas infectadas com idades compreendidas entre os 61 e os 70 anos, um entre os 21 e os 40 anos, outro entre os 41 e os 50 anos e ainda uma pessoa com mais de 90 anos. Desses casos, e à data da noite de terça-feira, nove estavam internados em unidades hospitalares. Desde que foi anunciada a pandemia, há registo de três vítimas mortais na área de intervenção do ACES Pinhal Litoral, no caso em Pombal.
Na área de intervenção daquela entidade, os testes à Covid-19 estão a ser efectuados no Centro Hospitalar de Leiria, mas a breve prazo a ACES prevê que ocorram, também, em Áreas Dedicadas a Covid (ADC), uma em cada concelho da área do ACES Pinhal Litoral.
Ao nosso jornal, Rui Passadouro, médico de Saúde Pública no concelho de Leiria, disse: “Não nos tem sido possível saber o número exacto de testes efectuados”.
Para travar a propagação da doença, a Autoridade de Saúde afirma que as principais medidas que têm sido adoptadas têm passado pela determinação de Isolamento profiláctico dos contactos de casos suspeitos, isolamento dos doentes positivos, isolamento profilácticos de cidadãos oriundos de zonas de disseminação activa, nomeadamente de emigrantes regressados de países europeus e camionistas de transportes internacionais.
“A identificação de casos positivos é uma tarefa árdua, uma vez que cada doente pode ter dezenas de contactos”, afirma Rui Passadouro, que recomenda, no caso dos lares e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), o distanciamento social, a lavagem das mãos e aos funcionários que “mantenham as mesmas regras de distanciamento social quando estão na comunidade”.
Desde que foi decretado o estado de emergência, o médico de Saúde Pública afirma que a população “está mais receptiva à recomendações”, mas frisa: “temos ser mais exigentes, pois ainda é possível observar muita actividade não essencial nas ruas da nossa cidade [Leiria]”.
Rui Passadouro destaca o papel dos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, assistentes administrativos, Técnicos de Saúde Ambiental, Psicólogos e Assistentes Sociais) que têm “demonstrado uma extraordinária disponibilidade para colaborar”. “Todos têm tido um papel fundamental, mas os médicos de Saúde Pública têm ultrapassado todas as expectativas, trabalhando muito para além do seu horário de trabalho”, sublinha o médico.
Sobre a alegada falta de equipamento de protecção para os profissionais de saúde (desinfectante, máscaras, luvas, entre outros), o médico garante que esse “material de protecção poderá vir a ser um ponto fraco” mas que até ontem “ainda não faltou para aquilo que é recomendado nas orientações da Direcção Geral de Saúde”.
A percepção que diz ter em relação à evolução da doença nas próximas semanas e que o pico possa ser atingido entre os dias 9 e 14 de Abril, Rui Passadouro afirma que “ainda estamos numa fase de progressão e não vislumbro esse tal pico máximo”.