Se tudo correr como previsto, Coimbra terá, já esta semana, um laboratório para realizar testes de diagnóstico de Covid-19 com capacidade para 800 testes diários e que dará «prioridade máxima» aos profissionais de saúde da região.
Este laboratório ficará localizado no edifício da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) - no Pólo I, mas prevê-se, no entanto, a abertura de dois centros de recolha, um localizado «perto da Universidade de Coimbra» e outro, chamado centro “drive-in” (mais próximo das populações), que poderá ficar localizado na Praça da Canção (local ainda não está totalmente definido).
«Neste momento, a prioridade máxima são os profissionais de saúde», confirmou ao Diário de Coimbra Santos Rosa, coordenador do laboratório, em representação da UC, uma das parceiras deste projecto, envolvendo as faculdades de Medicina e de Farmácia e de centros de investigação, juntamente com a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e o Instituto Português do Sangue.
Este disponibilizará os meios humanos que permitam a rotatividade necessária para a concretização do número de testes previstos. «Trata-se de uma estrutura laboratorial completamente dedicada a testes SARS-CoV-2, com uma capacidade estruturada para 800 testes diários, o que é muito significativo», afirmou Santos Rosa, sublinhando o «esforço» de todas as entidades para, num tempo relativamente curto, colocar a funcionar um laboratório «com maquinaria de ponta» que utiliza «métodos robotizados de amostragem» ao «serviço da comunidade».
Aliás, com todos os pormenores já concertados para o início da actividade deste laboratório, e tendo em conta a urgência em concretizar as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) de «testar, testar, testar», em particular os profissionais de saúde, o laboratório só não está ainda a funcionar, porque, de acordo com Santos Rosa, ainda não chegou a «maquinaria mais pesada» adquirida pelas entidades parceiras a «um laboratório com grande experiência em máquinas robóticas».
«Gostaria muito que acontecesse amanhã, posso dizer que será muito rápido, pelo menos é o que desejamos», afirmou Santos Rosa, concordando que «testar os profissionais de saúde, dos hospitais e centros de saúde da região é urgente e importantíssimo neste momento», sendo, por isso, estes o foco do funcionamento do laboratório que, como adiantou, trabalhará em particular para as unidades de saúde da região.
Santos Rosa, professor catedrático de Imunologia da FMUC, confirmou que o projecto tem como foco principal poder «estar ao serviço da comunidade» e, portanto, servirá também as populações.
Por isso, prevê-se que venha a ter dois pontos de colheita, um deles localizado mais perto da Universidade de Coimbra e outro mais perto do centro da cidade. A Praça da Canção, local ontem avançado por Manuel Machado, presidente da Câmara Municipal de Coimbra, para a instalação de um centro «é uma possibilidade», esclareceu. «A decisão tem de ser tomada pelas diferentes entidades», afirmou, considerando que a inovação deste projecto está no facto de resultar «da conjugação de boas vontades entre diferentes entidades da região».|
