A Refood Leiria está com a actividade suspensa por falta de fontes de alimentos e de voluntários. A decisão da suspensão da actividade na cidade do Lis surge na sequência do anúncio do fundador da Refood em Portugal, Hunter Halder, que na última semana avançou que a actividade da organização está suspensa devido à pandemia de Covid-19.
Na sua página de Facebook, a Refood Leiria afirma que este é “um momento muito triste” para a organização e para todos os voluntários. “Para além do elevado e preocupante risco de saúde, temos uma natural falta de voluntários que associada ao encerramento de várias fontes de alimentos, nos deixa sem as condições mínimas para garantir um funcionamento operacional adequado”, explica o núcleo de Leiria.
“Deixamos de conseguir servir a nossa comunidade, mas estamos conscientes da nossa responsabilidade social e estamos certos de que esta interrupção na nossa missão é a melhor contribuição que podemos dar”, acrescenta a Refood Leiria.
Organização está a “trabalhar nos bastidores” para encontrar soluções
Apesar da suspensão temporária de toda a actividade da organização, o fundador da Refood em Portugal garantiu, à Agência Lusa, que estão a trabalhar nos bastidores para encontrar soluções viáveis.
“O nosso trabalho tem em conta dois constrangimentos, primeiro a fonte da comida que são os restaurantes estão fechados ou a fechar. Depois a saúde pública, já que se trata de um modelo socialmente muito intenso”, explicou Hunter Halder. Segundo o responsável, a recolha “já não existe” e não há ninguém na sede.
Hunter Halder acrescentou que a actividade dos 60 núcleos existentes no país, um dos quais em Leiria, está suspensa, mas garantiu que se está a “trabalhar nos bastidores para encontrar soluções” durante um período de transição.
O responsável disse também que estão a ser mantidos contactos com membros da Assembleia da República para, em conjunto, “olhar para soluções” que ainda não estão definidas, mas que acredita que “de certeza vão haver”.
De acordo com Hunter Hadler, há modelos de actuação em estudo, mas que “dependem de terceiros”, acrescentando a existência de “duas potenciais fontes de alimento temporárias, mas que ainda não estão asseguradas neste momento”. “Vamos garantir aos sete mil voluntários que estão interessados em servir a comunidade que vamos fazer tudo para encontrar a solução eficaz e também segura para todos”, afiançou.
A Refood é uma organização independente, orientada por cidadãos, que trabalha para eliminar o desperdício de alimentos e a fome em cada bairro, recebendo donativos dos restaurantes da zona de cada núcleo, comida que é depois distribuída pelos voluntários.
