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Misericórdia reforça cuidados mas situação “é muito complicada”


Terça, 24 de Março de 2020

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Viseu, Adelino Costa, afirmou ontem que se vivem dias “muito complicados” nas duas unidades com utentes seniores que a instituição tem a funcionar, nomeadamente, no Lar Viscondessa São Caetano e na Residência Rainha D. Leonor. “Há alturas em que a grande dimensão é uma coisa positiva, mas não é o caso nesta pandemia”, explicou o responsável ao nosso Jornal, garantindo que está a ser feita uma “gestão muito cuidada” para que se evitem infecções com o novo coronavírus.
“Estamos a falar de cerca de 330 utentes, muitos deles com uma saúde bastante debilitada, e de mais de 100 funcionários. É muito complicado controlar os movimentos e os contactos para evitar uma eventual infecção, especialmente no Lar Viscondessa São Caetano, onde não é tão fácil separar os utentes como na Residência Rainha D. Leonor. Estamos a fazer os possíveis, em articulação estreita com a União das Misericórdias e o Secretariado Regional, seguindo as recomendações da Direcção-Geral de Saúde”, explicou o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Viseu.
“É uma gestão que tem de ser feita de dia para dia. Estamos a ter muitos cuidados, mas não podemos dar garantias de que o problema não chegue a estes dois lares. Não há visitas, mas são muitos funcionários”, sublinhou, lembrando que há o apoio de enfermeiros e médicos.
“É uma situação muito difícil de gerir, porque não estamos a falar de 20 ou 30 utentes”, finalizou Adelino Costa.

Mais apoio
Recentemente, a Associação Nacional de Gerontologia Social apelou ao Governo para que forneça equipamento de material de protecção nos lares de terceira idade face à pandemia da covid-19, defendendo também planos de contingência uniformizados e mais recursos humanos.
"Os lares não estavam preparados para isto. Podemos estar a descurar um sector que pode vir a ser o maior dos problemas desta crise", afirmou à agência Lusa o presidente da Associação Nacional de Gerontologia Social (ANGES), Ricardo Pocinho.
Segundo o responsável, o Governo deveria assegurar o fornecimento de equipamento de material de protecção individual em todos os lares do país, por forma a diminuir o risco de contágio. Referiu a propósito que já lhe foram relatados vários casos de instituições sem qualquer máscara.
A tutela deveria estabelecer "ordens e medidas muito claras", com planos de contingência uniformizados e com procedimentos bem definidos, vincou.
Para o presidente da ANGES, os lares deveriam descontaminar espaços interiores e exteriores com regularidade, evitar que produtos de fornecedores entrem directamente no lar e que os trabalhadores tenham um balneário por forma a garantir que nunca usam a roupa de fora dentro do lar.


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