As 12 ambulâncias de norte a sul do país, dedicadas em exclusivo ao transporte de doentes no âmbito da pandemia do novo coronavírus, são geridas pela Sala de Operações Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), sediada em Coimbra, e já transportaram 170 pessoas. Todos os transportes das vítimas suspeitas da Covid-19 são assegurados por um total de 141 elementos de Emergência da Cruz Vermelha Portuguesa e mais 700 dos seus operacionais já estiveram em formação sobre os procedimentos e questões de segurança.
Depois de todo este procedimento, entre a Cruz Vermelha Portuguesa, o INEM e a Direcção-Geral de Saúde (DGS), e a própria gestão dos transportes pelo INEM, cabe à Sala de Operações Nacional (sediada em Coimbra) activar uma ambulância, caso seja necessário, sendo este serviço assegurado por dois operadores durante 24 horas por dia.
De acordo com o protocolo para o Covid-19, e devido à emergência pré-hospitalar da CVP e do contacto diário com os doentes, os voluntários de socorro tomam medidas de protecção, através do uso de luvas e máscara cirúrgica, para garantir «a segurança de cada elemento desde a saída do quartel».
«Perante a suspeita de Covid--19, as equipas de socorro fazem a primeira abordagem e, em caso de sintomas relacionados com a pandemia, os profissionais seguem o protocolo elaborado pela DGS e INEM: o Equipamento de Protecção Individual é colocado no elemento da equipa que tem contacto com o doente e, esta equipa, caso necessário, fica em isolamento após o transporte da vítima suspeita e as ambulâncias são desinfectadas.
Apelo para doação de
equipamento individual
Perante a escassez no mercado e de forma a garantir a protecção dos seus operacionais e o funcionamento das áreas de emergência e socorro, a Coordenação Nacional de Emergência da CVP lançou um apelo nas redes sociais: «aceitamos doações de equipamento de protecção individual e/ou de qualquer tipo de outro artigo útil ao desempenho da nossa missão».
Gonçalo Órfão, coordenador nacional de emergência médica da Cruz Vermelha Portuguesa, sublinhou que «a Cruz Vermelha já construiu 519 kits de protecção individual», contudo, chegar aos mil conjuntos num curto espaço de tempo, consoante a disponibilidade do mercado, é o objectivo. Ainda assim, a CVP dispõe de 2,1 milhões de máscaras mas «a dificuldade em obter os óculos de protecção levou a organização a desinfectar e reutilizar os existentes».
A Delegação de Coimbra da CVP também modificou o seu funcionamento. Os cursos de primeiros socorros foram adiados, a área administrativa funciona em teletrabalho. Quanto ao apoio social, a delegação mantém a distribuição de cabazes alimentares em situações de emergência, bem como o apoio à população em situação de sem abrigo. A CVP já conta com unidades de isolamento para situações específicas dos trabalhadores.
