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Suspeitos serão seguidos em casa


Sexta, 20 de Março de 2020

A directora-geral da Saúde anunciou ontem que Portugal vai passar para um novo modelo de atendimento no surto de Covid-19, com quem apresentar sintomas ligeiros ou moderados a ser seguido em casa.
Graça Freitas explicou em conferência de imprensa, em Lisboa, que a maior parte das pessoas deve ligar para a linha SNS 24 (808 24 24 24) e assim ser seguida no seu domicílio.
A dirextora-geral da Saúde referiu que dos 785 doentes com Covid-19 em Portugal, 89 estão internados, ou seja, 15%.
A maioria apresenta sintomas ligeiros a moderados que podem ser tratados em casa.
“Estamos a subir a curva da epidemia e nesta fase vamos mudar a nossa forma de atendimento. Gradualmente vamos passar de apenas hospitais de referência, em que toda a gente passa por um hospital, para um outro modelo de atendimento. Com isto muitos de nós vamos ter sintomas ligeiros a moderados. Aqueles de nós que tivermos sintomas ligeiros a moderados devemos ligar para o SNS24 e seremos seguidos no nosso domicílio, o que já acontece com a maioria destes doentes à data”, disse.
Concretamente, a directora-geral da Saúde explicou que os doentes serão acompanhados pelos seus médicos de família, enfermeiros, outros profissionais de saúde, “o que for necessário”.
Graça Freitas quis deixar “uma palavra de tranquilidade” aos portugueses, afirmando que “a maior parte” dos doentes “vai poder seguir a sua doença no seu domicílio”.
 “Aquelas pessoas que na triagem forem detectadas como pessoas de baixo risco, ou seja, que têm sintomas ligeiros a moderados, poderão fazer o seu período de doença em domicílio com acompanhamento da sua equipa de saúde. Vamos confiar neste mecanismo, certo de que se algumas destas pessoas agravar os sintomas, obviamente, sairá do seu domicílio e irá para um serviço de saúde.
O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, disse que na actual fase de estado de emergência “os grupos de risco neste momento têm mesmo que ficar em casa”.
“A declaração de estado de emergência deixa-nos ainda mais alerta, porque uma resposta musculada do Estado tem que dar origem a uma resposta mais robusta também das pessoas, sem pânico, mas com responsabilidade”, disse.
Pessoas com mais de 70 anos, doentes crónicos como hipertensos, diabéticos, insuficientes cardíacos ou doentes oncológicos “não devem sair de casa”, apelou o secretário de Estado que pediu ainda aos grupos de risco que confiem no trabalho que está a ser organizado com o sector social.
“Estamos a trabalhar com associações de doentes, com as misericórdias e com as IPSS para que estas possam dar as respostas na rede social que estes doentes precisem sem colocar a sua saúde em risco”, disse.
Os utentes do sistema de saúde devem privilegiar o contacto telefónico com os centros de saúde, referido António Sales, adiantando que estes se estão “a adaptar por todo o país para conseguir dar resposta”.
“Além disso, os cuidados de saúde primários estão a reorganizar-se, que para apoiarem doentes com Covid- 19 em tratamento domiciliário, em casa portanto, quer para dar todo o suporte, quer para dar todo o suporte que os doentes crónicos continuam a necessitar. Os médicos de família já estão a contactar telefonicamente os doentes com consultas programadas e vão continuar a fazê-lo, bem como a orientar as questões de emissão de receitas, análises e exames”, adiantou ainda.
Graça Freitas revelou ainda que será publicada uma norma para profissionais de saúde que pretende orientar o contacto com doentes de acordo com o grau de exposição a risco a que cada profissional de saúde está sujeito.
“A ideia aqui é proteger os profissionais de saúde, são um activo muito importante, e impedir que estes profissionais contagiem outros doentes. Temos de ser muito cuidadosos nesta norma, temos de estar seguros no que estamos a fazer e gerir os nossos recursos em função destas questões”, disse.
Questionada sobre o risco de contágio por parte de doentes com sintomas ligeiros, Graça Freitas disse que esses doentes também podem contagiar outras pessoas e realçou as normas orientadoras do isolamento, com regras específicas para evitar contágios dentro do agregado familiar quando o doente está a ser tratado em casa.
Disse ainda que apesar de não estarem em ambiente hospitalar estes doentes terão acesso a testes para saberem se estão curados e se podem seguir a sua vida normal. |

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