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Bombeiros prevenidos e com quartel fechado


Quinta, 19 de Março de 2020

Santa Comba Dão Vinte operacionais, distribuídos por duas equipas, estão, desde ontem, a assegurar toda a intervenção. O quartel passou a ser a casa destes elementos

Antes de ser decretado, o estado de emergência já está em vigor no quartel dos Bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão, desde ontem, às 8h00. Se “homem prevenido vale por dois”, como reza o ditado, “bombeiro prevenido” vale muito mais. E é isso que se pretende, de forma a manter a eficácia do socorro às populações, numa altura de crise instalada, através de um plano de contingência que não deixa nada ao acaso.

Assim, o quartel vai funcionar 24 horas/dia, mas com as portas fechadas. Nas instalações mantém-se, em regime residencial, uma equipa constituída por 10 elementos, que assegura todo o serviço durante sete dias. Depois entra ao serviço uma segunda equipa, igualmente constituída por 10 operacionais.
O plano de contingência entrou em vigor ontem às 8h00. Rui Leitão, adjunto do comando, faz parte da primeira equipa ao serviço e explica-nos os pormenores desta estratégia. «Os piquetes de voluntários, à noite e ao fim-de-semana, foram suprimidos», esclarece, sublinhando a «interdição do corpo de voluntários» no acesso ao quartel a não ser em situação de necessidade. Significa que a equipa em permanência assegura sempre a «primeira intervenção» e, caso «seja necessário», a sirene toca e um SMS ajuda no recrutamento de reforços.
A equipa de Rui Leitão vai passar os próximos 10 dias dentro do quartel, o que significa que é ali que todos vão dormir e fazer as refeições. «Preparadas por nós», adianta. As compras foram previamente feitas e o frigorífico e a despensa estão recheadas. «Pode ser necessário comprar mais alguma coisa», admite Rui Leitão, nomeadamente «produtos frescos».
«Evitar contágios», para dentro e para fora do quartel, é o grande objectivo deste reforço de medidas, «em vigor por tempo indeterminado», tendo em conta a «avaliação da direcção e do comando». Todavia, nada disto nasceu do zero. «Há quatro semanas reforçámos as medidas de higiene e desinfecção», adianta o adjunto de comando, sublinhando o «investimento grande», efectuado pelos Bombeiros de Santa Comba em «produtos de limpeza e desinfecção», seja pessoais, seja das viaturas.
Os procedimentos preventivos também envolvem quem seja socorrido, o que significa que a qualquer doente que entre numa ambulância é fornecida uma máscara. Um bem precioso, nesta altura do campeonato, que os Bombeiros de Santa Comba Dão têm em stock. «Precavemo-nos», explica Rui Leitão. «Não temos máscaras infinitas, mas, para já, há um stock razoável».
A “receita” que se aplica a máscaras é a mesma para as luvas e também para os óculos de protecção. Aliás, ressalva Rui Leitão, são três “ferramentas” que fazem parte do “protocolo” das ambulâncias. Por isso, trata-se, tão só, agora, de reforçar os cuidados e, sobretudo, de não deixar uma “brecha” que permita abrir portas ao Covid-19. «Se levarmos isto à risca, protegemo-nos a todos», considera.
Os Bombeiros de Santa Comba Dão também têm uma ambulância devidamente equipada para assegurar, em caso de necessidade, algum caso suspeito de coronavírus, sob orientação e coordenação do CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes).


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