Leiriense conta o que viu em Itália: “Gozavam connosco por usarmos máscaras”

Andreia Noronha esteve recentemente em Itália por motivos profissionais e diz ter ficado escandalizada com aquilo que viu e ouviu por parte da população local, ao ponto de o grupo de turistas que acompanhava ter sido “gozado” por usar máscara, para além de ter sido “impedido” de entrar em restaurantes e hotéis com aquela protecção.
A assistente de viagem leiriense acompanhou um grupo de 22 turistas portugueses que viajou para Itália no dia 23 de Fevereiro, numa altura em que o Covid-19 já era uma realidade naquele país europeu, ainda que de forma ténue e com pouca expressão. Contudo, Andreia Noronha começou desde cedo a estranhar as poucas medidas de segurança tomadas pelas autoridades italianas tendo em conta os alertas que já chegavam da China.
“Como precaução, aconselhámos o grupo de turistas a usarem máscaras e luvas à chegada a Itália. No aeroporto de Milão ainda havia enfermeiros a medirem a temperatura, mas a partir dali ninguém usava máscaras ou luvas”, contou a assistente de viagem, acrescentando que nas localidades que foram visitadas – Verona, Pádua, San Marino e Veneza – o grupo de turistas ainda foi “gozado” pelas medidas que precaução que estavam a tomar.
“Houve pessoas nos hotéis e nos restaurantes que pediram para que tirássemos as máscaras porque parecia mal. Os italianos gozavam connosco porque diziam que não era nada de especial. Diziam que eramos malucos. E agora, passados alguns dias, vemos co­mo a Itália está”, contou.
Andreia Noronha diz ainda que aquilo que viveu em Itália está a vivê-lo agora em Portugal. “Eles não deram importância nenhuma e Portugal vai pelo mesmo caminho”, alerta, acrescentando que o gesto de ir às varandas aplaudir os profissionais de saúde é “bonito”, mas ao mesmo tempo “ridículo”, já que “90% das pessoas que aplaudem andam na rua como se nada fosse”.
Em relação ao grupo de 22 turistas portugueses – de vários pontos do País -, que regressou a Portugal a 26 de Fevereiro, Andreia Noronha garante que muitos fizeram isolamento voluntário. Além dis­so, a assistente de viagem manteve-se em contacto com todos eles e garante que, 19 dias depois de terem estado em Itália, “estão todos bem de saúde” e sem indícios de terem contraído o vírus.