Lacerda Pais foi reeleito provedor da Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro e tomou posse ao início da noite de ontem, sendo que, depois de alertar para o risco de “ruptura” da instituição, ouviu o presidente da Câmara, Ribau Esteves, a apelar a um “exercício de revolta” no quadriénio 2020-2023.
A intervenção de Ribau Esteves sucedeu à de Lacerda Pais e do representante da União das Misericórdias Portuguesas, Pina Marques, provedor da Misericórdia de Vale de Cambra, que apontaram para as dificuldades financeiras das instituições. O provedor da Misericórdia de Aveiro disse que “só um enorme esforço permite suportar 20 anos de redução das comparticipações do Estado, que atira as instituições para uma situação de ruptura”.
Por isso, o seu desejo é que o Estado “reponha o aumento dos custos que a instituição está a suportar”. Pina Marques acrescentou que “as Misericórdias estão a suportar parte do Orçamento do Estado porque suportam os custos”. Nesse sentido perguntou: “Se não há recursos, como praticar a misericórdia?”.
Lacerda Pais apresentou exemplos de falta de participação do Estado, como os casos do projecto da Unidade de Cuidados Continuados, aprovado desde 2004 “mas sem financiamento”, as “exigências do Ministério da Cultura” relativas à Casa do Seixal e a falta de respostas em Cacia, a freguesia com “menos equipamentos sociais”.