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EUA/Irão: França, Reino Unido e Alemanha pedem a Teerão que respeite acordo nuclear


Segunda, 06 de Janeiro de 2020

França, Reino Unido e Alemanha pediram hoje ao Irão que se mantenha dentro dos “seus compromissos" assumidos no acordo sobre nuclear de 2015, depois de Teerão anunciar no domingo que deixará de cumprir as limitações impostas no acordo.

Numa declaração conjunta, o Presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson e a chanceler alemã, Angela Merkel, apelaram a Teerão para que “volte à plena conformidade com os seus compromissos" e a "abster-se de qualquer acção violenta ou proliferativa", considerando que "é necessário uma desaceleração" na região. "Apelamos a todas as partes a agir com contenção e responsabilidade. O actual ciclo de violência no Iraque deve parar", assinalaram os três países europeus. "Condenamos os recentes ataques contra as zonas controladas pela coligação no Iraque e estamos seriamente preocupados com o papel negativo que o Irão desempenhou na região, em particular a força Al-Quds sob a autoridade do general Soleimani", salientaram os três líderes.

O Irão anunciou no domingo que deixará de cumprir as limitações impostas ao tratado nuclear - do qual o Reino Unido, a França e a Alemanha são signatários - embora continue a cooperar com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e não tenha anunciado a sua retirada formal do acordo.

Paris, Londres e Berlim também recordaram o seu "compromisso com a soberania e a segurança do Iraque", assim como a luta contra a organização terrorista do Estado Islâmico, "que continua a ser uma prioridade".

Os três países mostraram-se dispostos a continuar o diálogo com todas as partes para "contribuir para a redução das tensões e o restabelecimento da estabilidade na região".

A tensão com o Irão cresceu depois da morte do general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, na sexta-feira num ataque, em Bagdad, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido, China e EUA - mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.


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