Diário de Aveiro: Com a 3.ª edição do festival à porta (30 deste mês e 1 de Dezembro), o que dizer sobre a temática dominante deste ano?Bernardo Conde: Este é, por excelência, um festival internacional de fotografia e vídeo de viagem e aventura e todo o programa gira à volta destas directrizes. Mas este ano há uma vertente que ganha força: a do fotojornalismo. Temos Daniel Berehulak, vencedor de dois prémios Pulitzer, vem do México mas é australiano; temos a Danielle da Silva, que também é fotojornalista, em contexto de natureza e acções humanitárias; temos também a Veronique de Viguerie, que é uma fotojornalista de peso no que respeita a cenários de guerra (há cerca de duas semanas, enquanto trocávamos ‘mails’ sobre o festival, dizia-me que estava de partida para o Afeganistão...).
Ao todo são dez os oradores internacionais. Há algum que encha a organização de orgulho?Todos. Todos são referências na sua área de trabalho e todos têm um papel importante no festival. Por exemplo, Justin Mott, fotógrafo de viagens e turismo, vem a Aveiro partilhar a ideia de que, apesar de alguns trabalhos terem um fundamento comercial, ainda assim podem veicular uma prática de valores. Dentro da fotografia de aventura temos duas presenças fantásticas: Krystle Wright faz vídeo e fotografia na área da aventura – ainda há pouco tempo desenvolveu um sobre a caça aos furações – , faz fotografia sub-aquática, de paraquedas... enfrenta situações extremas para conseguir a melhor imagem. De destacar, também, o fotógrafo e videógrafo Corey Rich, outra cara da vertente de aventura, com uma relação muito especial com a montanha. Mas, se fosse obrigado a destacar um nome, seria Frans Lanting, uma das maiores referências mundiais ao nível da fotografia de natureza.