O amarelo, a ‘cair’ para o dourado, reina nas bancas. "É a cor dos doces conventuais", explicou Graça Ferreira, doceira de Alcobaça, enquanto, pacientemente, enchia as cornucópias de ovos moles. Uma cor que vem dos ovos, ou melhor, das gemas que "era preciso gastar". "As claras eram preciosas", disse ainda a doceira da Casa dos Doces Conventuais, presença fiel desde a primeira edição da Feira da Doçaria Conventual, que decorreu, até ontem, no Convento de Nossa Senhora do Carmo, em Figueiró dos Vinhos."Clarificar os licores e os vinhos, fazer a goma para as vestes e a preparação das hóstias" eram o destino 'precioso' conferido às claras em tempos de antanho. Quanto às gemas, muitas, e outro tanto ou mais de açúcar, criaram o reino dos ovos moles, "a essência dos doces conventuais" que estão na base de um mundo de iguarias.