As equipas de socorro que tentam resgatar os quatro portugueses retidos numa gruta no norte de Espanha aguardam pela descida do nível da água, para entrarem na gruta, disse à Lusa uma fonte da Fundação de Espeleosocorro Cántabro. “Estamos à espera que baixem os níveis da água, para depois subirmos ao encontro dos quatro portugueses que, em princípio, estão bem e à nossa espera”, disse à agência Lusa Martín González Hierro, da Fundação Espeleosocorro Cántabro (ESOCAN), envolvida no resgate.
González Hierro explicou que a equipa de auxílio está no local, na gruta de Cueto-Coventosa, na Cantábria, desde as 20:00 (19:00 em Lisboa) de domingo.
Os Portugueses pertencem ao Clube de Montanhismo Alto Relevo de Valongo, região do Porto. “O nível da água no interior da gruta subiu muito e isso não estava previsto pela equipa que desceu no sábado”, disse Vítor Gandra, coordenador da seção de espeleologia do Clube de Montanhismo Alto Relevo, que ainda hoje vai para Espanha.
A equipa portuguesa de espeleologia, que tinha programado a viagem à gruta para entre sexta-feira e hoje, é formada, por sete elementos, três da equipa de apoio que ficou no exterior da gruta e quatro que estão retidos. “São todos espeleólogos muito experientes com idades de cerca de 30 anos, mas não estavam à espera do contratempo causado pela subida do nível das águas”, acrescentou Vítor Gandra.
O serviço de emergência do governo da Cantábria, que coordena a operação, informou em comunicado que os especialistas indicaram que a água está a baixar no interior da gruta a uma velocidade de 10 centímetros por hora, muito mais lentamente do que se previa inicialmente.
Na entrada da área dos três lagos, a equipa de resgate instalou um ponto de acampamento, aguardando a diminuição do nível da água.
A previsão da Agência Estatal de Meteorologia é de chuvas fracas durante a manhã, sem registo de pluviosidade à tarde, com o tempo a agravar-se na terça-feira.
A equipa de resgate deverá instalar hoje cordas e corrimões se o nível da água não baixar.
Os quatro portugueses procurados entraram no sábado pela entrada de Cueto às 11:00 (10:00 em Lisboa), de acordo com o serviço de emergência espanhol.
Na ausência de notícias dos espeleólogos, os outros três companheiros pertencentes à equipa entraram ao meio-dia (11:00 em Lisboa) de domingo por Coventosa para ver se os encontravam, mas o elevado nível da água impossibilitou que prosseguissem a marcha.
Assim, às 16h30 (15:30 em Lisboa), notificaram o centro de coordenação do 112, a partir do qual foi mobilizado o dispositivo de resgate.
A operação integra a equipa da ESOCAN, além de técnicos da Direção Geral do Interior do governo da Cantábria, agentes da Guarda Civil e voluntários da Associação de Protecção Civil de Arredondo.