A chanceler alemã Angela Merkel reiterou hoje a sua condenação à ofensiva turca na Síria, defendendo a manutenção do acordo alcançado entre a União Europeia (UE) e a Turquia para a recepção de refugiados. "Eu pedi repetidamente ao presidente (Recep Tayyip) Erdogan que parasse a ofensiva", disse a líder alemã numa declaração perante o Bundestag (Parlamento Federal) antes do início da cimeira de líderes da UE, cuja agenda inclui medidas a serem tomadas antes da intervenção militar turca. “A Alemanha não fornecerá mais armas à Turquia enquanto essa situação persistir”, acrescentou Merkel, em relação à decisão tomada na semana passada pelo seu governo de não autorizar novas exportações de armas para aquele país.
Apesar de todas as críticas à Turquia, o objectivo de Berlim é defender perante a UE a necessidade de manter o acordo assinado pelo bloco comunitário com a Turquia sobre os refugiados. "Esse acordo ajuda a salvar vidas", disse, acrescentando que a situação de milhões de refugiados não melhoraria, mas pioraria "em detrimento dos mais fracos" se o acordo for rescindido.
Merkel lembrou a "extraordinária contribuição humanitária" da Turquia na recepção aos refugiados, o que deveria "envergonhar" parte da Europa.
A ofensiva turca e a busca por uma posição europeia conjunta é um dos temas a discutir hoje no Conselho Europeu.
Tanto Merkel quanto o Presidente francês, Emmanuel Macron, condenaram repetidamente o comportamento de Erdogan, e alertaram para as consequências humanitárias para os curdos e também para o perigo de um ressurgimento do jihadismo do Estado Islâmico (IS).