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Conselho de Finanças Públicas: Crescimento previsto "comporta elevados riscos" e não é "prudente"


Quarta, 16 de Outubro de 2019

O Conselho de Finanças Públicas (CFP) considera que a aceleração do crescimento económico prevista pelo Governo para 2020 no Projecto de Plano Orçamental publicado hoje "comporta elevados riscos" e não permite considerar o cenário apresentado “como prudente".

O documento enviado na terça-feira para Bruxelas e publicado hoje prevê que a economia portuguesa desacelere de um crescimento de 2,4% em 2018, para um crescimento de 1,9% em 2019 e volte a acelerar para um crescimento de 2% no próximo ano.

Um cenário que levanta dúvidas ao CFP na análise que faz ao documento. “Para 2020, o perfil de aceleração do crescimento económico considerado pelo Ministério das Finanças comporta elevados riscos descendentes, tendo em conta a degradação das perspectivas económicas nos principais parceiros comerciais da economia portuguesa”, lê-se no referido documento.

O CFP lembra que a previsão do Governo para esta aceleração do crescimento económico se baseia essencialmente “na dinâmica do comércio externo” com o Governo a prever para 2020 “uma aceleração das exportações em simultâneo com uma desaceleração das importações” face a 2019.

Uma previsão baseada em pressupostos que, segundo o CFP, “não permitem considerar o cenário apresentado como prudente, dados os elevados riscos descendentes que incidem na previsão de aceleração da actividade económica em 2020”.

Já em relação à previsão de crescimento para 2019, o CFP considera-a como “mais provável”. Ainda assim, a entidade liderada por Nazaré da Costa Cabral lembra que, dada a revisão do Instituto Nacional de Estatística (INE) para o crescimento do PIB em 2017, 2018 e no primeiro semestre de 2019, manter-se uma previsão de crescimento para o corrente ano igual à que tinha no Programa de Estabilidade “implica que esse cenário ou era demasiado optimista na altura da sua elaboração ou o abrandamento da economia agora estimado para 2019 é mais forte do que o anteriormente esperado pelo Ministério das Finanças”.


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