Os partidos da coligação de governo alemã, liderada por Angela Merkel, chegaram hoje a acordo sobre uma estratégia para o clima, no final de longas horas de negociação, anunciaram fontes próximas do executivo citadas pela agência France Presse. “Há um acordo com muitas medidas e um mecanismo de verificação anual” para garantir que os objectivos de redução das emissões de gás com efeito estufa são atingidos, disse a fonte.
O acordo deve ser aprovado em Conselho de ministros ainda hoje, dia em que se realizam manifestações em todo o mundo, designadamente em dezenas de cidades da Alemanha, em defesa do ambiente, antecedendo a Cimeira de Acção Climática da ONU, que decorre na segunda-feira em Nova Iorque.
Após a reunião do executivo, a chanceler Angela Merkel deverá anunciá-lo publicamente.
As negociações iniciaram-se na quinta-feira, depois de meses de conversações entre a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel e o Partido Social-Democrata (SPD) de Lars Klingbeil.
O objectivo é aprovar um conjunto de medidas que estimulem os alemães a reduzir as emissões poluentes e permitir ao país atingir os objectivos em matéria de redução das emissões, actualmente aquém das metas.
Um dos pontos mais difíceis da negociações consistia na melhor forma de taxar as emissões de carbono, com o SPD a defender uma taxa sobre o dióxido de carbono para financiar o apoio social aos trabalhadores que venham a perder o seu emprego devido à transição energética, e a CDU a propor um esquema de venda de certificados para emitir carbono, cujas receitas sejam usadas para apoiar as actividades de investigação e investimento das empresas.
O pacote inclui uma série de medidas para reduzir as emissões nos sectores energético, da construção, agricultura, indústria e transportes.
A estratégia para o clima surge num contexto em que a opinião pública alemã coloca as preocupações ambientais no topo, com uma sondagem recente a concluir que para 63% dos alemães a luta contra as alterações climáticas é mais importante que o crescimento económico.
A Alemanha, maior economia da União Europeia (UE), é o sexto emissor de dióxido carbono do mundo, com 2,1% do total de emissões.
