Foi em dia de Feira de S. Jacinto que visitámos Sarzedas, aldeia de torre sineira, miradouro para o povoado e para a serra da Gardunha. Um sábado quente, como são os de Verão por aquelas terras de Castelo Branco. Do que já foi o mais importante evento da freguesia, restam as memórias e, talvez, a resiliência dos que teimam em repetir a tradição. A feira, apesar de alegre, é hoje bem mais pequena. A aldeia, que chegou a ser sede de concelho, mantém todavia o encanto que faz regressar alguns dos que ali nasceram - agora reformados e capazes de investir no que herdaram - e que atrai estrangeiros à procura de belas paisagens naturais, sossego e ar puro.
Celeste Rodrigues, filha da terra, residente e autarca, lembra-se, neste 16 de Agosto, das tendas que avançavam pela aldeia, onde tudo se comprava e vendia. Numa rua os bois, noutras as máquinas, ferramentas, árvores, adubos e sementes para a terra, também cestaria, louças, tecidos a metro, calçado e até ouriversaria. «Quem vendia vinha de véspera e a feira estendia-se até ao Pelourinho», diz com emoção e saudade.