Jornal defensor da valorização de Aveiro e da Região das Beiras
Fundador: 
Adriano Lucas (1925-2011)
Diretor: 
Adriano Callé Lucas

Entrevista: “Foi uma experiência que não quero deixar morrer”


RC Terça, 03 de Setembro de 2019

Um grupo de cidadãos de Aveiro, constituído por profissionais de várias áreas (urbanismo, arquitectura, design, tecnologia, ensino, entre outras) e com o apoio das Florinhas do Vouga, juntou-se para promover “formas colaborativas” de resolução de problemas colectivos das comunidades. Santiago foi o bairro escolhido para a experiência. Lançado em Março passado, o Laboratório Cívico de Santiago (LCS) foi “um exemplo extraordinário de cidadania e democracia participativa”, dizem os promotores. Fotojornalismo na Redacção Santiago foi um dos projectos postos de pé ao abrigo do LCS por iniciativa de uma “raposa velha da fotografia”, Adriano Miranda. Crianças e jovens de Santiago foram desafiados a captar e mostrar o seu olhar sobre o bairro. Durante vários dias foram mandados para o terreno, fotografaram o seu mundo e falaram sobre ele. Desse trabalho resulta agora uma exposição, “Colectivo Santiago”, que pode ser vista de 7 a 27 deste mês na galeria da antiga capitania. O Diário de Aveiro conversou com Adriano Miranda sobre o LCS, o Fotojornalismo na Redacção Santiago e a mostra “Colectivo Santiago”. “Poucas vezes tinha ido ao bairro. Assisti à sua construção mas foi sempre a outra margem da cidade. O Laboratório Cívico levou-me até lá”, conta

 

Diário de Aveiro: O repto proposto às crianças e jovens era que mostrassem o seu olhar sobre o bairro utilizando uma máquina fotográfica descartável. Que bairro é possível descobrir através das imagens captadas por eles?

Adriano Miranda: Os jovens utilizaram cada um uma máquina descartável analógica. É curioso que nenhum deles tinha tido contacto com uma máquina fotográfica analógica. Não imaginavam sequer o que era uma película. E foi com essas máquinas que durante uma semana andaram pelo bairro a fotografar. Uma semana apenas, foi o tempo que lhes demos. Foi colocar a cabeça no cepo. Aqueles jovens nunca tiveram uma iniciação fotográfica. O seu contacto com a fotografia é feito somente com o telemóvel. E nós entregámos logo máquinas analógicas. Ou seja, corríamos o risco de ao fim de uma semana não termos imagens. Mas o resultado foi surpreendente. Foi a prova que os jovens depressa assimilam o que se ensina e que estavam dispostos a conseguir excelentes fotografias. E assim foi. O resultado é espantoso. Nota-se que conhecem bem o meio onde vivem, sem estereótipos e com um invejável sentido estético. São fotografias lindíssimas.

Leia a notícia completa na edição em papel.

Suplementos


Edição de Hoje, Jornal, Jornais, Notícia, Diário de Coimbra, Diário de Aveiro, Diário de Leiria, Diário de Viseu