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Brexit: Líder trabalhista garante fazer “tudo o que for necessário” para evitar saída sem acordo


Segunda, 02 de Setembro de 2019

O partido Trabalhista vai fazer "tudo o que for necessário" e legislação para impedir um ‘Brexit' sem acordo, mas mantém a ameaça de uma moção de censura ao Governo, garantiu hoje o líder do partido, Jeremy Corbyn. "Vamos fazer tudo o que pudermos para impedir uma saída sem acordo da União Europeia (UE), que é a nossa prioridade. A moção de censura está seguramente sobre a mesa, afirmou hoje aos jornalistas, após um discurso hoje em Salford.

O líder do principal partido da oposição alertou que "esta semana pode ser a última oportunidade" e reiterou o apoio a iniciativas para legislar contra uma saída britânica da UE a 31 de Outubro sem acordo. "Estamos a trabalhar com outros partidos para fazer tudo o necessário para afastar o nosso país da beira do abismo", garantiu.

Porém, também insistiu que o partido Trabalhista é favorável a eleições legislativas "para dar às pessoas uma escolha entre duas direcções muito diferentes para o nosso país".

Uma reunião nos finais de Agosto com líderes dos partidos nacionalista escocês e galês, SNP e Plaid Cymru, dos Liberais Democratas, dos Verdes e do Grupo Independente decidiu que a prioridade para evitar um ‘Brexit' sem acordo seria aprovar legislação, mantendo em aberto a alternativa uma moção de censura para derrubar o governo.

O porta-voz do partido Trabalhista para as questões do ‘Brexit', Keir Starmer, adiantou no domingo que a oposição pretende bloquear uma saída sem acordo com legislação que impõe um novo adiamento da data prevista para que não ocorra no dia 31 de Outubro.

A legislação a ser introduzida no parlamento na terça-feira, quando os trabalhos serão retomados após as férias de verão, vai concentrar-se numa extensão do prazo determinado pelo Conselho Europeu em Abril. "A duração da extensão é secundária, francamente. Precisamos simplesmente de impedir uma saída sem acordo", vincou.

Inicialmente previsto para 29 de Março, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) está marcada para 31 de Outubro, a menos que solicite formalmente um terceiro adiamento, o qual terá de ser aceite por cada um dos outros 27 países do bloco.

Porém, o ministro e Chanceler do ducado de Lancaster, Michael Gove, deixou em aberto a possibilidade de o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ignorar esta ordem aprovada pelo Parlamento à revelia do Governo. "Vamos ver o que a legislação diz", afirmou o eurocéptico à BBC no domingo.

Johnson prometeu concretizar o ‘Brexit' a 31 de Outubro em quaisquer circunstâncias e mesmo que não consiga um acordo com Bruxelas, apesar das consequências e transtornos que os economistas e estudos oficiais prognosticam.

Um documento do ministério dos Transportes obtido pela Sky News indica que uma saída sem acordo poderá resultar em bloqueios de veículos no porto de Dover nas ligações com França que poderão ir até dois dias, resultando no atraso da circulação de mercadorias.

A iminência de um confronto no Parlamento esta semana e o risco de alguns deputados conservadores colaborarem com a oposição para aprovar uma lei que imponha um novo adiamento levou o primeiro-ministro a ameaçar com a expulsão do partido.

Vários jornais britânicos e a BBC, citando fontes do anónimas do governo, dizem que o Johnson está a ponderar excluir do grupo parlamentar os deputados que votarem contra a orientação do governo.

Durante o fim-de-semana, Boris Johnson tentou demover deputados conservadores de apoiarem legislação para forçar um novo adiamento do ‘Brexit' se não for negociado um novo acordo precisamente com a questão de estarem a apoiar o líder da oposição. "Eu digo simplesmente a todos no país, incluindo a todos no Parlamento, que a escolha fundamental é esta: vão ficar do lado de Jeremy Corbyn e daqueles que querem cancelar o referendo? Vão ficar do lado daqueles que querem acabar com o veredicto democrático do povo - e mergulhar este país no caos?", desafiou, numa entrevista ao Sunday Times.


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