Afonso Henrique é o autor das quatro esculturas de figuras típicas que adornam a Ponte-Praça, no coração da cidade de Aveiro. É também conhecido por ter estado na origem da cooperativa A Barrica e da FARAV, feira de artesanato entretanto desaparecida. O Diário de Aveiro conversou com o escultor a pretexto da exposição “100 Anos de Usos e Costumes”, que pode ainda ser visitada gratuitamente no Museu da Cidade até domingo. Na entrevista, o artista nascido em Ermesinde, no distrito do Porto, mas radicado em Aveiro desde os anos 1970 passa em revista a sua vida e a sua carreira.
Diário de Aveiro: Nasceu em Ermesinde e mudou-se para Aveiro em 1971. Como é que veio cá parar?
Afonso Henrique: Fui aluno das Belas Artes. Licenciei-me nesse ano, em Setembro. Sou de uma família humilde mas culta. O meu pai disse-me: “se queres trabalhar no ensino a primeira coisa que fazes é procurar uma escola com emprego desde o primeiro ao último dia do ano lectivo”. Eu dirigi-me à secretaria da Escola Superior de Belas Artes e uma senhora deu-me o Diário do Governo – na altura era assim que se chamava – e a primeira oferta que apareceu foi para professor/escultor na Escola Industrial e Comercial de Aveiro (EICA), com horário completo. Eu telefonei para cá e atendeu o dr. Cachim. E fiquei.
